O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, durante o UOL Entrevista desta quinta-feira, a postura pública do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) diante da pandemia do novo coronavírus que já matou 5.466 pessoas no país, levando em conta casos oficiais. A conversa foi conduzida pelo colunista do UOL Leonardo Sakamoto.
Para o petista, o atual ocupante do Palácio do Planalto desinforma e desmobiliza a população ao se declarar contra medidas de isolamento social, que ajudam a conter a propagação da covid-19.
O presidente disse que era uma gripezinha, que o cara que é atleta como ele ia tirar isso na urina, só faltou falar isso. Mas não é assim, é uma doença desconhecida, cientistas estão orientando. É preciso cuidar, esse é o papel do presidente.
O petista declarou ainda que Bolsonaro "vai acabar com o país" se continuar no cargo.
"Ou a gente encontra um jeito de pegar os crimes de responsabilidade que o Bolsonaro cometeu e tira ele, ou ele vai acabar com esse país, do jeito que vai", completou.
Lula ainda criticou a postura de Bolsonaro nas relações exteriores. "O meu problema com o Bolsonaro é que ele não cuida da pandemia, da economia, da política de relações exteriores. O Brasil nunca foi tão avacalhado no exterior como agora."
A respeito das chances do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, de ser eleito presidente da República, o ex-presidente afirmou que não se sabe o ex-juiz federal, que o condenou no caso do tríplex do Guarujá, estará preparado para uma disputa eleitoral.
''Moro pode ser nome forte em 2022, quero ver se está preparado para fazer isso. Uma coisa é ter proteção da toga e falar o que quiser sem poder ser retrucado. Outra é participar de debate, enfrentar rua. Isso eu quero ver. Não é um pensamento único, ele tem que ouvir o pensamento da rua''
"[Esse pronunciamento] só demonstra o mau-caratismo do moro. Ele utilizou o PT para atacar o Bolsonaro. Ele foi lambe-botas do Bolsonaro até o dia em que saiu. Para ser honesto, Moro poderia ter dito também que cuidamos do Ministério Público bem, que eu garantia autonomia a todos os indicados ao meu governo", disse.
(Por: UOL)