O transporte escolar utilizado pelo Centro Municipal de Educação Infantil Érico Veríssimo, localizado no Povoado Taboca do Pau Ferrado, zona rural de Teresina, não se encontra em condições de conduzir crianças de três a cinco anos de idade à escola. Uma mãe, cujos filhos utilizam o serviço, realizou a denúncia temendo pela segurança dos filhos.
Morando no Povoado Estaca Zero, 13 Km da capital, a dona de casa Maria Aparecida Pereira dos Santos relata a angústia em deixar os dois filhos irem na van escolar contratada pela Prefeitura de Teresina.
Por conta do péssimo estado do veículo, os dois meninos se recusam a ir para a escola nessas condições. “Eu tenho muito medo do que pode acontecer, antigamente era um ônibus pior que essa van, mesmo eles tendo trocado, a situação ainda não é boa.
Muitas vezes o veículo quebra no meio do caminho e os meninos têm que vir de carona para casa. O mais velho que estuda à tarde já chegou duas vezes às sete horas da noite, porque o transporte quebrou. Por isso, eles não querem ir para a aula”, revela.
Residindo em uma ladeira com a rua mal ladrilhada, Maria leva o filho de três anos até a parada de ônibus que não existe. O local é sinalizado apenas com um tronco na esquina, indicando a parada obrigatória. Sem asfalto, a estrada principal de acesso ao povoado está em péssimas condições de tráfego.
E é com muita poeira e lama que os estudantes esperam o transporte escolar. Segundo a dona de casa, as outras mães não querem denunciar, pois temem represálias aos filhos, e também chegou a discutir com o motorista da condução, pelo excesso de velocidade com que estava dirigindo.
Maria não é a única que tem problemas com a ida das crianças até o ponto de ônibus. Outras dez crianças que residem na mesma ladeira não possuem acessibilidade para descer até a parada.
“Já pedimos para que a van venha até em cima da ladeira pegar todas as crianças, pois existe um acesso pela lateral que o motorista pode chegar até aqui, mas ele se recusa a vir, porque segundo ele, a caixa de marcha da van está com problemas e não consegue dá a ré. Além das crianças irem soltas no veículo, sem o uso do cinto de segurança”, reclama.
FOTOS: MOISÉS SABA