Após roubo ocorrido na madrugada do dia 14 de julho, a agência dos Correios do Município de Miguel Alves está funcionando sem os serviços do banco postal, correspondente do Banco do Brasil.
Os serviços básicos do BB correspondem a 90% dos atendimentos efetuados na agência, que variam de 100 a 300 por dia em época de pagamentos dos benefícios do INSS e salários de servidores públicos.
De acordo com informações recebidas, os serviços bancários estão suspensos por questão de segurança, já que o sistema de monitoramento por câmeras e o alarme foram restabelecidos há cinco dias, restando ainda o reforço ao cofre, deixando a agência impossibilitada de realizar atividades financeiras. O assalto ocorrido há mais de uma semana é o segundo sofrido pelos Correios desde o dia 03 de maio.
A situação da população de Miguel Alves se complica pela falta da agência do Banco do Brasil, que está fechada desde o assalto que ocorreu no dia 30 de abril e que causou a morte do gerente, na época.
De acordo com informações do Banco, a agência ainda aguarda término da reforma e providências em relação à segurança pública do município para retomar atendimento. Enquanto isso, os Correios realizavam serviços bancários básicos e se esforçavam para manter a população servida.
A reportagem do jornal Meio Norte entrou em contato com a Superintendência estadual do BB, que não informou quando a agência será reaberta ou que tipo de auxílio eles podem prestar aos Correios de Miguel Alves.
Já a Superintendência dos Correios informou que ainda não há data para substituição do cofre e restabelecimento dos serviços. A única Casa Lotérica do município também está fechada há 30 dias.
Comerciantes acumulam perdas de quase 50% no faturamento
Outro agravante para a situação é o pagamento de servidores públicos e aposentados que em sua maioria é feita através do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Comerciantes do município estão prejudicados com a situação. Proprietário de farmácia na cidade, Leonardo Viana afirma que há três meses as vendas diminuíram drasticamente, já que a economia do município de 33 mil habitantes depende basicamente do funcionamento de bancos e correto pagamento de salários e benefícios.
"As vendas na minha farmácia já haviam diminuído desde o fechamento da agência do BB e agora sem o banco postal dos Correios o faturamento caiu 50% no meu estabelecimento, assim como o de vários empresários daqui. Nós sempre perguntamos e cobramos uma data para retorno do funcionamento, mas ninguém sabe dizer ainda".
Quem necessita de serviços do banco sempre precisa recorrer a União, cidade mais próxima de Miguel Alves, o que retira clientela do município. "As pessoas que conseguem ir até União recebem dinheiro e lá mesmo fazem as suas compras. O dinheiro de Miguel Alves não circula mais por aqui", queixa-se Leonardo Viana.
Ione Santos, que é proprietária de um armarinho, também reclama da impossibilidade de realizar pagamentos de boletos, já que alguns postos de recebimento funcionam de forma insuficiente para atender a demanda.