Moradores do assentamento El-Shaday, na zona rural de Teresina (PI), reclamam que estão há três meses pagando a taxa de iluminação pública sem ter acesso ao serviço. Com a escuridão das vias, comunidade relata a falta de segurança e o medo de acidentes.
De acordo com Eliseu Moreira, líder da Associação de Moradores e Microprodutores do El-Shaday, os postes de cimento foram colocados há quase 90 dias, mas sem as lâmpadas. "Já estamos pagando taxa de iluminação pública dentro do assentamento e não tem uma lâmpada colocada pela Prefeitura de Teresina", destaca Moreira.
A Associação encaminhou um ofício à Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Semduh), responsável pela instalação e manutenção da iluminação pública da capital piauiense, em que relata a falta do serviço à comunidade, mas ainda não obteve respostas.
Enquanto o problema se arrasta, Moreira lamenta o descaso com a comunidade que trabalha no assentamento. "O assentamento automaticamente se torna rota de desvio. É escuro, pessoas são assaltadas, tem o risco de acidentes", informa.
Atualização
Após a publicação da matéria do Jornal Meio Norte, o secretário da Semduh, Edmilson Ferreira, e representantes da da Superintendência de Ações Administrativas Descentralizadas (SAAD) Sudeste visitaram o assentamento El-Shaday na tarde desta sexta-feira (9). Na ocasião, as equipes realizaram uma vistoria e o levantamento da quantidade de luminárias que serão destinadas ao assentamento. Em dois meses, de acordo com a SAAD Sudeste, a população terá ruas iluminadas com lâmpadas de LED durante a noite.
El-Shaday
No assentamento El-Shaday vivem 132 famílias que dependem da produção e comercialização de hortaliças, frutas, plantas ornamentais e aves.
Os impactos gerados pela pandemia da Covid-19 também afetaram a renda da população do assentamento. As feiras, tradição da comunidade que atraía a população da cidade para o "turismo rural", foram interrompidas.
"Praticamente suspendemos a produção por falta de condições de receber as pessoas para vender e de levar o produto a elas, ou seja, existem famílias passando necessidade. Eu defendo que deveria ser feito um programa de prioridade de um auxílio a essas famílias e também prioridade da vacina contra a Covid-19 ao produtor. O produtor é quem coloca alimento saudável na mesa", pede Moreira.
De acordo com a Associação de Moradores e Microprodutores, mensalmente, as feiras chegavam a arrecadar R$ 10 mil com comercialização de produtos orgânicos e agroecológicos. Hoje, em meio à pandemia, a média mensal não ultrapassa a casa dos R$ 1.000 reais.