O analista de sistemas Éden Meireles, 26 anos, tinha acabado de levar um calote no pagamento de uma encomenda para montar o sistema de um site de compra coletiva, em Salvador, quando teve a ideia de criar uma opção do serviço de cupons de desconto que fosse mais próxima dos moradores da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, onde mora. Depois de amadurecer o projeto e passar cerca de 20 dias programando a plataforma, ele lançou em junho deste ano o Clube Comunidade (www.clubecomunidade.com.br), que oferta produtos e serviços de estabelecimentos localizados na favela.
"O público-alvo do site é o morador da Rocinha, mas cerca de 30% das compras são feitas por moradores de fora da comunidade. Nossa primeira compradora, inclusive, era de Jacarepaguá", afirma Meireles. De acordo com ele, empresas de outras regiões também podem anunciar no site, principalmente se desejarem atingir o público da comunidade.
As lojas que mais anunciam no site são os salões de beleza, predominantes no comércio da comunidade, segundo o analista, mas os descontos para restaurantes têm mais saída. O maior desconto já vendido pelo site foi um tratamento dentário em uma clínica da Rocinha, de R$ 75 por R$ 16. Ao todo, foram vendidos 35 cupons desse desconto.
Além de a quantidade de cupons ofertados ser menor que em outros sites de compra coletiva, reduzindo o número mínimo de compras necessárias para ativar o desconto, o Clube Comunidade dá opções diferentes de pagamento: os usuais cartão de crédito e boleto bancário e, dependendo do perfil do comprador, a empresa pode ir até a casa do consumidor para recolher o pagamento em dinheiro.
"Também temos parceria com alguns estabelecimentos, para que alguns compradores possam pagar o cupom de desconto fisicamente", ou seja, o cliente paga apenas no momento que usar o cupom, diz Meireles.
De acordo com o criador do site, o plano agora é lançar, gratuitamente, um painel de classificados online e um guia de consulta de estabelecimentos da comunidade.