A modelo e atleta fitness Julia Menezes entrou com um processo contra a Editora Rickdan Ltda, que edita a revista Sexy, por não lhe dar a capa mais a quantia de R$ 10 mil, prêmio do concurso “A Garota Mais Sexy do Brasil” realizado em 2016. Julia diz ao site iG ter vencido o concurso. Procurada pela reportagem do portal, a revista nega que o concurso tenha sido finalizado.
O processo que Julia move contra a Sexy já foi distribuído na 27ª vara cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. O valor da ação, que tem tramitação prioritária, é de R$ 25 mil e a modelo pede indenização por danos morais. O único despacho do juiz Rogério Marrone de Castro Sampaio até a publicação desta reportagem diz respeito ao indeferimento do pedido da modelo de obter o benefício da justiça gratuita, que a desobrigaria de arcar com as custas do processo.
“Foi um concurso que durou um ano e meio, quase dois anos”, revela Julia. “Muitas meninas acabaram desistindo, porque era muito mal organizado, se você olhar na internet vai ver o pessoal falando”. Julia se queixa muito de Paulinho. Para ela, Paulo Araújo era o representante da revista. Já Ana Paula Olival, do departamento de marketing da Sexy , diz que ele era assessor dela. A revista diz ainda que teve problemas com a organização do concurso e por isso ele foi interrompido, mas não esclarece que problemas foram esses e o grau de influência sobre a interrupção do certame.
Júlia diz que já cobrou Paulo Araújo sobre o prêmio. “Ele gritava, me chamava de louca e gritou até com meu advogado”, recorda. “A revista fala que não tem conhecimento sobre nada e desligaram o telefone na minha cara”, observa a modelo quando indagada sobre a reação da publicação ao ser procurada por ela.
Julia expõe todo o seu descontentamento com o episódio. “Eu já sai na Sexy em duas edições, mas a pessoa que era legal e bacana não está mais lá”, lamenta. “O Paulinho disse que agora eles estavam cobrando (dinheiro) de todas as capas e que comigo não seria diferente”.
Julia se revolta pelo fato de um segundo concurso já estar sendo promovido sem que haja um desfecho em relação ao concurso que alega ter vencido em 2016. “Isso é muito chato, o pessoal fez mutirão para eu ganhar”, revela. “A votação durou cerca de três meses e o concurso durou de março de 2015 a 31 de setembro de 2016”.
Não há uma nova edição de “A Garota Mais sexy do Brasil” acontecendo, mas a revista produz o reality show “Casa das Pimentinhas”, que oferece como prêmio para as três primeiras colocadas rechear a edição de abril da revista. “Agora já estão fazendo um reality prometendo outra capa, mas nem pagaram a minha ainda”, indigna-se Julia.
A Sexy desautoriza Paulo Araújo em tratar pela revista e diz que nunca assinou contrato de nenhuma natureza com Júlia, que essa é uma questão entre ela e o Paulo – ainda que este não seja parte no processo. A revista diz ter conhecimento da ação e que o departamento jurídico vai cuidar da questão. A publicação reitera que Julia estava ganhando a votação online, mas não pode ser considerada campeã de uma competição que não terminou. Já Julia diz ter testemunhas de que houve manipulação no concurso (“eu tenho mais provas do que o suficiente”) e cobra uma resolução. “Uma comunidade toda de uma escola de samba acompanhou o que estava acontecendo – ela é musa da Unidos do Peruche – e eu tenho muito seguidor, fan page... é muito complicado”.