Ministros denunciam suspeitas de grampos no STF

Ministros denunciam suspeitas de grampos no STF

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Criado com o nome de Casa da Suplica??o do Brasil em 1808, o Supremo Tribunal Federal j? enfrentou momentos duros em seus dois s?culos de hist?ria. J? foi v?tima de dram?ticas deforma?es, como aconteceu nas d?cadas de 1930 e 1940, quando Get?lio Vargas nomeava ministros sem consultar ningu?m, e j? esteve emparedado pela ditadura militar iniciada em 1964, que chegou a expulsar tr?s ministros da corte.

Agora, ? a primeira vez que, sob um regime democr?tico, os integrantes do Supremo Tribunal Federal se insurgem contra suspeitas de pr?ticas t?picas de regimes autorit?rios: as escutas telef?nicas clandestinas. Sim, beira o inacredit?vel, mas os integrantes da mais alta corte judici?ria do pa?s suspeitam que seus telefones sejam monitorados ilegalmente. Nas ?ltimas semanas, VEJA ouviu sete dos onze ministros do Supremo ? e cinco deles admitem publicamente a suspeita de que suas conversas s?o bisbilhotadas por terceiros.

Pior: entre eles, tr?s ministros n?o vacilam em declarar que o suspeito n?mero 1 da bruxaria ? a banda podre da Pol?cia Federal. "A Pol?cia Federal se transformou num bra?o de coa??o e tornou-se um poder pol?tico que passou a afrontar os outros poderes", afirma o ministro Gilmar Mendes, numa acusa??o dura e inequ?voca.

As suspeitas de grampos telef?nicos est?o intoxicando a atmosfera do tribunal. Na quinta-feira passada, o ministro Sep?lveda Pertence pediu aposentadoria antecipada e encerrou seus dezoito anos de tribunal. Poderia ter ficado at? novembro, quando completa 70 anos e teria de se aposentar compulsoriamente.

Muito se especulou sobre as raz?es de sua aposentadoria precoce. Seus advers?rios insinuam que a antecipa??o foi uma forma de fugir das sess?es sobre o esc?ndalo do mensal?o, que come?am nesta semana, nas quais se discutir? o destino dos quadrilheiros ? entre eles o ex-ministro Jos? Dirceu, amigo de Pertence. A mulher do ministro, Suely, em entrevista ao blog do jornalista Ricardo Noblat, disse que a sa?da de seu marido deve-se a problemas de sa?de.

O ministro, no entanto, diz que as suspeitas de que a pol?cia manipula grava?es telef?nicas aceleraram sua disposi??o em se aposentar. "Divulgaram uma grava??o para me constranger no momento em que fui sondado para chefiar o Minist?rio da Justi?a, ?rg?o ao qual a Pol?cia Federal est? subordinada. Pode at? ter sido coincid?ncia, embora eu n?o acredite", afirma.

Os temores de grampo telef?nico com patroc?nio da banda podre da PF come?aram a tomar forma em setembro de 2006, em plena campanha eleitoral. Na ?poca, o ministro Cezar Peluso queixou-se de barulhos estranhos nas suas liga?es e uma empresa especializada foi chamada para uma varredura. Ela detectou ind?cios de monitoramento ilegal nos telefones de Peluso e do ministro Marco Aur?lio Mello e na linha de fax do ministro Marcelo Ribeiro, do Tribunal Superior Eleitoral.

Com a divulga??o do caso, a PF entrou em cena. Em apenas nove dias, com agilidade incomum, os agentes conclu?ram que n?o havia grampo e indiciaram o dono da empresa por falsa comunica??o de crime. "Fui interrogado durante tr?s dias pela PF", diz o empres?rio Enio Fontenelle, que reafirma a exist?ncia de ind?cios de grampos. Havia interesse de um candidato ou partido por causa da elei??o, tema de que tratavam os ministros Marcelo Ribeiro e Marco Aur?lio? Algu?m na Pol?cia Federal queria monitorar o ministro Peluso, que na ?poca cuidava de uma das a?es da Pol?cia Federal, a Opera??o Furac?o?

Recentemente, as suspeitas se robusteceram. O ministro Marco Aur?lio Mello recebeu uma mensagem eletr?nica de um remetente an?nimo. O missivista informava que os telefones do ministro estavam grampeados e que policiais ofereciam as grava?es em Campo Grande. O mesmo estaria acontecendo com conversas telef?nicas do ministro Celso de Mello. Em outros tempos, uma den?ncia an?nima e t?o pouco circunstanciada n?o receberia aten??o.

No clima atual, Marco Aur?lio pediu uma investiga??o. O caso foi investigado, mas a Po

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