Ministério da Saúde emite nota para identificação de síndromes exantemática (viroses)
O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria em Vigilância em Saúde, emitiu uma nota informativa voltada para os profissionais de saúde sobre as investigações que estão sendo realizadas sobre a síndrome exantemática (viroses) que está ocorrendo nos estados do Nordeste. Segundo a nota, ainda não é possível afirmar que os casos identificados sejam relacionados exclusivamente a um único agente etiológico, e, portanto, os profissionais devem ficar atentos para os sintomas na hora do diagnóstico sobre dengue, chikungunya e zika.
A investigação dos vírus vem sendo conduzida em colaboração entre Ministério da Saúde, Secretárias de Saúde dos Estados e municípios e outras instituições como o Instituto Evandro Chagas e Fundação Oswaldo Cruz. Em relação ao Zika Vírus, amostras enviadas por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia estão sendo investigadas no Laboratório de Referência Nacional, que é o Evandro Chagas, em Belém do Pará. Diante da confirmação, o Ministério da Saúde divulgará as ações cabíveis referentes às ações de vigilância apropriadas, incluindo-se aquelas de prevenção e controle da doença no país.
“Independentemente das confirmações das amostras para o Zika, o Ministério está recomendando que os profissionais de saúde se mantenham atentos frente aos casos suspeitos de dengue nas unidades de saúde e adotem as recomendações para manejo clínico conforme o preconizado no protocolo vigente, na medida em que esse agravo apresenta elevado potencial de complicações e demanda medidas clínicas específicas, incluindo-se a classificação de risco, hidratação e monitoramento”, explica Marcelo Adriano Vieira, médico da diretoria de Vigilância em Saúde da Fundação Municipal de Saúde (FMS).
Apenas 18% dos casos de Zika vírus apresentam sinais ou sintomas da doença. A febre pelo Zika vírus é conhecida por apresentar evolução clínica benigna e autolimitada, o que potencialmente o diferencia da dengue. Os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após três a sete dias da doença, e diferentemente do observado em uma parcela de casos de chikungunya, não se associa a formas crônicas. “O Aedes Aegypti é um dos principais vetores da doença e as medidas de prevenção e controle da doença são as mesmas adotadas para dengue e chikungunya, independente da confirmação ou não do Zika vírus”, afirma o médico.
O médico destaca ainda a importância do reconhecimento dos sintomas para que seja feito um diagnóstico mais preciso sobre o tipo da virose que está acometendo o paciente. “Há uma grande semelhança entre os sintomas da dengue, chikungunya e zika, daí a importância dos profissionais o reconhecerem para que seja feito o diagnóstico preciso e o tratamento eficaz. Estamos enviando a nota informativa para todos os profissionais de saúde do município de Teresina, de forma que possamos atender com maior eficácia os nossos pacientes. Lembramos que em Teresina não há nenhum caso confirmado chikungunya e nem de zika”, enfatiza.
SOBRE O ZIKA VÍRUS
O Zika Vírus tem evolução benigna, caracterizada por febre baixa, hiperemia conjuntival (olhos vermelhos) sem secreção e sem coceira, artralgia (dores em articulação) e exantema maculo-papular (erupção cutânea com pontos brancos ou vermelhos), dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas. A doença tem um período de incubação de aproximadamente quatro dias e os sinais e sintomas podem durar até sete dias. No entanto, a maior parte dos casos não apresenta sinais e sintomas e não há registro de morte associada.
O tratamento é sintomático e baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) para febre e dor, conforme orientação médica. Não está indicado o uso de ácido acetilsalicílico e drogas anti-inflamatórias devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas, como ocorre com a dengue. Deve-se procurar o serviço de saúde para orientação adequada.