Mina em Maceió: desabamento pode abrir cratera do tamanho do Maracanã

Defesa Civil passou a monitorar movimentação após alerta de colapso em uma das cavernas da Braskem para extração de sal-gema

Mina em Maceió: desabamento pode abrir cratera do tamanho do Maracanã | Foto: Defesa Civil de Alagoas
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Em um intervalo de quatro dias, desde a emissão do alerta indicando o iminente risco de colapso em uma das 35 minas da Braskem destinadas à extração de sal-gema em Maceió, observou-se uma subsidência no solo local de 1,87 metros entre os dias 28 e 30 de novembro. Conforme divulgado pela Defesa Civil Municipal nesta sexta-feira (1), a mina está cedendo a uma taxa de 62 centímetros por dia. 

As primeiras fissuras em residências e vias que trouxeram à tona a gravidade do problema tornaram-se evidentes em 2018. Desde então, mais de 14 mil propriedades foram evacuadas em cinco bairros da cidade, impactando aproximadamente 55 mil pessoas. O iminente colapso na mina 18, situada no bairro do Mutange, pode resultar na formação de uma cratera com dimensões comparáveis às do estádio do Maracanã. 

Antes do alerta de colapso, a monitorização da movimentação não era direcionada a uma mina específica, mas abrangia toda a região anteriormente explorada pela atividade mineradora. Portanto, não há base para uma comparação precisa sobre a extensão do afundamento antes do alerta.

O bairro do Mutange já havia sido completamente desocupado desde o início do problema. Nos bairros circunvizinhos, houve evacuações, embora não abrangentes. Algumas dezenas de famílias ainda permaneciam em Bom Parto, Bebedouro e Pinheiro. Contudo, a iminência do desastre levou muitos moradores a saírem voluntariamente, inclusive levando à transferência de todos os pacientes de um hospital.

Mina em Maceió: desabamento pode abrir cratera do tamanho do Maracanã - Divulgação/Defesa Civil 

Aqueles que resistiam a deixar as residências nas proximidades do Mutange foram compelidos por meio de decisão judicial. Os moradores expressam preocupações sobre a abordagem da retirada, uma vez que solicitaram realocação ao longo dos anos, mas apenas foram removidos da área após a intervenção legal.

A Defesa Civil reitera a necessidade de evitar a área ao redor das minas, incluindo a restrição do tráfego de embarcações na Lagoa Mundaú, aonde parte das minas está situada. Em caso de desabamento, está previsto que a água da lagoa, solo e detritos serão direcionados para dentro da cratera. Conforme alerta a Defesa Civil, esse evento resultaria na salinização da água da lagoa e teria impactos "extremamente trágicos" em toda a área de manguezal na região.

A Braskem, empresa encarregada da atividade mineradora, declarou que está em constante monitoramento da situação da mina 18. Além disso, afirmou que "continua adotando todas as medidas necessárias para mitigar os impactos de eventuais ocorrências" e mantém colaboração contínua com as autoridades competentes.

(Com informações do g1/AL) 

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