Os militares brasileiros já começaram a admitir o receio pelo aumento da onda de violência em Porto Príncipe, capital do Haiti, e principal cidade atingida pelo forte terremoto do último 12 de janeiro.
Segundo a Agência Brasil, os militares do país temem que a falta de água e de comida, aliada à fuga de presos perigosos dos presídios destruídos pelo tremor de terra, piore a segurança pública no Haiti.
Nesta segunda-feira, foram flagradas novas imagens de ataques a lojas e de seguranças e policiais tendo que atirar para tentar restabelecer a ordem na capital.
Por outro lado, serviços de ajuda médica continuam trabalhando firmemente na região ajudando feridos e desabrigados.
Um total de 105.000 rações alimentares foram distribuídas nesta segunda-feira através do PAM, Programa de Alimentação Mundial, e de organizações humanitárias dominicanas, informou nesta segunda-feira à AFP o secretário de Estado de Alfabetização, Carol Joseph.
- Distribuímos, também, 20.000 barracas e começamos a construir abrigos para acolher de 100.000 a 150.000 pessoas; estamos também preparados para instalar água em todos os refúgios.
A Organização internacional para as migrações (OIM) estima que 200.000 famílias, ou seja, um milhão de pessoas, precisem de um abrigo com urgência.
Apesar de os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama estarem tentando um acordo diplomático, a agência de notícias oficial diz que o fato de o controle do espaço aéreo haitiano estar nas mãos de tropas americanas também provoca incertezas nos militares brasileiros, que comandam a força da paz das Organizações das Nações Unidas (ONU) naquele país. Eles têm receio que os EUA restrinjam a chegada de missões do Brasil ao Haiti.
Nesta segunda-feira, o Sucatinha, Boeing 737 da Presidência da República, não foi autorizado a pousar em Porto Príncipe, o que só deve ocorrer nesta terça-feira, às 13h (de Brasília).
O avião leva uma missão com 40 pessoas, entre representantes da Presidência da República, do Ministério da Defesa, do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, e jornalistas. O Boeing 737 da Presidência terá 40 minutos para pouso e desembarque. Em seguida, terá de voar para Santo Domingo, capital da República Dominicana, onde aguardará ordem para retornar à capital do Haiti para pegar uma delegação que voltará ao Brasil.