O ex-presidente Michel Temer (MDB) se recusou a prestar depoimento hoje aos procuradores porque sua defesa informou antes que ele ficaria em silêncio. José Baptista Lima, conhecido como Coronel Lima e apontado como operador de Temer, também ficou em silêncio.
— O ex-presidente Michel Temer se reservou ao direito de não falar — afirmou a procuradora Fabiana Schneider, uma das que foi à Superintendência da PF para ouvir os presos.
Segundo Schneider, uma denúncia formal contra o ex-presidente será apresentada pela procuradoria à Justiça na próxima semana. A procuradora afirmou que Temer será denunciado como chefe de um organização criminosa pelos crimes de peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, em cima de contratos fraudulentos celebrados na Usina de Angra 3.
Dentre todos os presos, apenas Moreira Franco prestou esclarecimentos à procuradoria. O coronel João Batista Lima, amigo de Temer, foi levado para depor junto com o ex-ministro, mas permaneceu em silêncio.
"Ele [Moreira Franco] negou ter pedido propina, prestou esclarecimentos e deu a sua versão dos fatos. Chegou a reconhecer que Temer disse que Lima cuidava da Argeplan em mais de uma ocasião", relatou a procuradora.
Tanto Temer quanto Moreira Franco apresentaram pedido de liberdade ao TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região). O desembargador Antonio Ivan Athié, da 1ª Turma Especializada da corte, marcou para a próxima quarta-feira (27) o julgamento dos dois pedidos pelos desembargadores da primeira turma especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.