Metade dos bares e restaurantes reduziram faturamento em até 90%

Resultado de uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (1), pela Abrasel sobre o impacto da pandemia no Setor Alimentação fora do Lar no estado

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Desde o início da pandemia no Piauí, bares e restaurantes locais foram os primeiros atingidos pelas medidas de isolamento. Quase quatro meses depois que o governador Wellington Dias assinou o primeiro decreto que determinava a suspensão das atividades comerciais e de prestação de serviços para o enfrentamento da grave crise de saúde pública, a situação continua crítica para o setor.

Uma pesquisa realizada nesta quarta-feira (1), pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes seccional Piauí (Abrasel) sobre o impacto da pandemia no Setor Alimentação fora do Lar no estado, aponta que metade das empresas teve faturamento reduzido de 70% a 90% desde o início da pandemia. 

FOTO: Divulgação

"A situação ficou muito preocupante. Pela falta da previsão de abertura, a falta de decreto específico para um setor deixa os empresários de mãos atadas", disse Natália Macário, executiva da Abrasel no Piauí.

Diante disso, Natália explica que está adequando o que vem acontecendo nos outros estados ao protocolo geral do governo do Piauí. No momento, a associação realiza alterações nas operações e casas de serviço, adquirindo o que é necessário para ajudar os empresários.

Inicialmente, o governo federal anunciou uma linha de crédito emergencial voltada para pequenas e médias empresas (com faturamento de R$ 360 mil a R$ 10 milhões) para ajudá-las a pagar os salários de seus funcionários, e uma linha de crédito da Caixa Econômica Federal voltada ao microempreendedor individual e a micro e pequenas empresas para que obtenham capital de giro.

No entanto, essa medida não se apresenta de modo eficaz para as empresas. Apenas 10,4% das empresas solicitaram e obtiveram sucesso. Cerca de 52,1% não precisou, mas pretende pedir auxílio de crédito e 25% pediu mas foi recusado pela instituição financeira. 

"Ele não está conseguindo nem pedir crédito. Quando pede, é negado e mesmo quando solicita é uma dívida futura. Então, muitas casas estão decidindo fechar sua operação, demitir todos os funcionários,  talvez abrir em um futuro que haja normalidade ou então totalmente fechar suas operações", destaca Natália Macário.

Atualmente 81,3% do Setor de Bares e Restaurantes está com a equipe reduzida e apenas 12,5% conseguiu manter todos os funcionários empregados. A Associação informou ainda que 47,9% das empresas não precisaram demitir desde o início da crise provocada pelo coronavírus. Entretanto, 35,4% não tiveram escolha e foram obrigados a demitir de 5 a 10 funcionários.

A pesquisa perguntou também quanto tempo o empresário acredita que vai conseguir manter o negócio. O resultado foi que 52,1% consegue até 3 meses e 41,7%, apenas um mês. 

Outro dado alarmante foi que 45,8% das empresas estão enfrentando dificuldades de abastecimento na reposição de estoques e mesmo com o esforço geral, a crise trouxe outro mal inevitável para os trabalhadores  "As demissões começaram, não tem como mais segurar. Mesmo com esse auxílio de pagamentos do salário do governo, a percentagem, o empresário não consegue mais arcar com a percentagem de sua responsabilidade", falou a executiva.

A Abrasel Piauí se prepara para uma futura reabertura guinando-se pelo decreto geral, cursos disponibilizados no site da Associação e uma cartilha com orientações para uma reabertura segura, seguindo recomendações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e da OMS (Organização Mundial da Saúde).

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