Mais da metade dos domic?lios brasileiros (51,5%) n?o disp?e de rede de coleta e tratamento de esgoto. O acesso a esse servi?o avan?ou de forma p?fia nos ?ltimos 14 anos, atravessando quatro diferentes gest?es federais ao ritmo de 1,59% ao ano. Mantida essa velocidade, para reduzir ? metade o d?ficit de saneamento b?sico seriam necess?rios 56 anos e meio, segundo c?lculos da Funda??o Get?lio Vargas (FGV).
Ou seja, o Brasil chegaria ao ano de 2063 ainda com 25% dos lares sem coleta e tratamento de esgoto. "Esse ? um problema sist?mico, de pol?tica p?blica. Enquanto o Pa?s avan?a no combate ? pobreza a uma velocidade quatro vezes maior do que a determinada pelas Metas do Mil?nio, n?o chega ? metade do que deveria na quest?o do saneamento", diz o economista Marcelo Neri, da FGV, que utilizou microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic?lios (Pnad), do IBGE, para fazer a proje??o.
Neri descarta c?lculos sobre a universaliza??o do servi?o, que levaria mais de um s?culo para ser atingida. "Devemos pensar em metas fact?veis de redu??o do problema", argumenta, lembrando que o pa?s entrar? no Ano Internacional do Saneamento, fixado pela ONU para 2008, entre os piores desempenhos no setor.
O governo do presidente Luiz In?cio Lula da Silva admite o problema e anuncia investimento de R$ 10 bilh?es neste segundo mandato, na tentativa de duplicar o ritmo de expans?o. O objetivo ? chegar em 2010 com cerca de 80% dos munic?pios atendidos com redes de ?gua e esgoto. Hoje, os dois servi?os chegam a pouco mais de 71% da popula??o. "O presidente Lula convocou o BNDES para um projeto de f?lego", informou ?lvio Gaspar, diretor da ?rea de Inclus?o Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ?mico e Social.
"Estamos trabalhando com uma proje??o de universaliza??o para o atendimento de coleta e tratamento de esgoto de 15 anos e de 10 anos para o abastecimento de ?gua. Fazendo o corte para o que podemos fazer at? o fim do mandato, em 2010, esperamos elevar em 2% ao ano a coleta de esgoto e 1,4% ao ano o abastecimento de ?gua", acrescentou Gaspar.
Segundo o BNDES, o plano do governo n?o prev? novas privatiza?es no setor, mas o saneamento das empresas estatais para que ganhem capacidade de investimento. A id?ia ? ajud?-las a seguir o modelo adotado na Sabesp e na Copasa, por exemplo, empresas que abriram o capital em bolsa e t?m hoje acesso a outras fontes de financiamento.