Est? sobrando vaga no mercado de trabalho de Bauru e regi?o. O motivo: faltam candidatos com qualifica??o para atender as necessidades das empresas. Priscila C?sar Monteiro, 35 anos, consultora de recursos humanos, cita como exemplo dessa realidade a dificuldade da ag?ncia onde trabalha em preencher todas as vagas dispon?veis.
Segundo ela, s?o cerca de 160 empregos oferecidos todos os meses. Na melhor das hip?teses, a ag?ncia consegue encontrar profissionais para preencher apenas metade dessas vagas. ?Se conseguimos fechar 80, ? muito?, afirma. ?S? n?o fechamos mais por falta de qualifica??o profissional. Emprego tem.?
De acordo com a consultora, n?o ? somente a qualifica??o prec?ria que impede o preenchimento das vagas. Tem emprego que poucos aceitam em raz?o do n?vel de esfor?o necess?rio. Priscila conta que um candidato chegou a chorar diante dela, dizendo que estava passando fome e precisava de um emprego. Ela perguntou, ent?o, se ele aceitava trabalhar com carga e descarga de botij?o de g?s em uma empresa multinacional, com direito a carteira assinada e todos os demais benef?cios.
O candidato simplesmente recusou a oferta. ?As pessoas est?o escolhendo onde querem trabalhar?, comenta a consultora. Segundo ela, para quem realmente est? disposto a trabalhar, tendo ou n?o qualifica??o, tamb?m n?o falta emprego.
Ela revela que existe uma empresa de Holambra que precisa de um supervisor de vendas com experi?ncia no ramo de alimentos e para isso aceita pagar um sal?rio de R$ 5 mil, considerado acima da m?dia para a fun??o. Nem assim a ag?ncia conseguiu achar um candidato para preencher a vaga. A busca j? dura cerca de dois meses.
Uma empresa de Bauru, por sua vez, est? precisando de um profissional para a ?rea comercial que fale espanhol fluentemente. Em duas semanas, nenhum candidato com essas caracter?sticas foi encontrado. Pelo menos, nenhum que aceitasse a proposta salarial da empresa. Por se tratar de profissionais raros no mercado de trabalho, eles pedem sal?rios acima da m?dia para aceitar o novo emprego.
Outra ag?ncia de recursos humanos em Bauru est? h? seis meses a procura de um programador de PHP (linguagem de computador) e n?o consegue preencher a vaga. De acordo com a consultora da ag?ncia, Carmen Lucila Lobato de Oliveira, 37 anos, o profissional da ?rea prefere trabalhar por conta pr?pria do que ser contratado por uma empresa. ? mais rent?vel.
O sal?rio de um programador de PHP varia de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil. Trabalhando como aut?nomo, ele consegue um rendimento maior do que isso.
Da mesma forma, as ag?ncias de RH t?m encontrado s?rias dificuldades para encontrar eletricistas, pintores e mec?nicos, entre outros profissionais essencialmente aut?nomos, para trabalhar em empresas. O motivo ? o mesmo. Trabalhando por conta pr?pria, eles conseguem ganhar mais do que uma empresa aceita pagar.
Outra vaga que est? h? bastante tempo a espera de profissional qualificado, segundo a consultora da assessoria bauruense, ? para programador que saiba usar a linguagem Uniface, voltada mais para a ind?stria da moda. Uma empresa da regi?o est? h? tr?s meses esperando por esse profissional.
Segundo Lucila, a ag?ncia teve de procurar candidatos em locais onde o ramo da tecelagem est? mais desenvolvido, como no Estado de Santa Catarina e nas cidades de S?o Paulo e Salvador. A t?tica deu certo. O profissional foi encontrado e agora depende da negocia??o com a empresa para ser finalmente contratado.