CONFIRA MATÉRIA COMPLETA NA EDIÇÃO DESTA QUARTA-FEIRA (27) DO JORNAL MEIO NORTE
Transformar o cotiano, mudar o a paisagem, tirar o cinza. Emplacar uma cor, uma mensagem, um aspecto, um vulto. Uma mensagem. Uma mensagem de paz, de esperança. Escrita por homens, mas, dizem, confessada por um Deus. É em um muro localizado na Rua Barras, bairro Mocambinho, zona Norte de Teresina, que alguém transcreveu o divino para o cotidiano.
Mas a atitude desta pessoa divide opiniões. É que enquanto alguns entendem como uma mensagem de paz ou tanto faz, outros como uma imposição religiosa. Mas afinal, é melhor um muro vazio ou um muro de posições religiosas?
Alguns veem a ação como liberdade de expressão e desejo da maioria. “Isso se chama liberdade de expressão”, enfatiza Haroldo Azevedo. “O Brasil é um país de maioria, se ninguém fala nada... Se o dono [do muro] aceitar”, reflete Cândido Luiz.
Outros acreditam que é melhor chamar a polícia, ou perceber o verdadeiro significado do termo “estado laico”. “Acho que a polícia deveria prender esses pichadores, isso é malandragem”, afirma Jeffrey Lima. “De qualquer forma, o fato do Brasil ser um país laico não invalida a livre manifestação religiosa. Ser laico, pelo contrário, significas multiplicidade religiosa”, explica Lia Portela.
Resignificar a situação também ajuda a pensar sobre a questão. “É normal, assim como um muro cheio de piadas ou figurinhas de chiclete seria. Afinal, tinha que ser alguém muito fraco das ideias para parar em um muro e, de repente, se converter. Tem gente que vai achar que é arte, tem gente que vai achar que é religião, depende da interpretação de quem vê”, afirma Izabel Cordeiro.
Repórter: Lucrécio Arrais