Laurent Simons tinha quatro anos quando entrou na escola primária, e antes de seus colegas chegarem ao ensino médio, ele chegou à universidade. Aos nove anos.
O jovem belga levou um ano para terminar o primeiro período da escola primária, como a maioria dos estudantes. Mas depois o ritmo acelerou e no ano seguinte ele concluiu de só uma vez o período que vai do segundo período ao sexto.
Aos seis, já na fase seguinte de sua formação, ele concluiu em 18 meses uma etapa na qual outros estudantes passariam seis anos.
E então ele decidiu descansar. Um pouco. Aos oito, ele tirou uma "folga" de seis meses para passar um tempo em casa. Oito meses depois, se candidatou a uma gradução universitária.
Graduação em nove meses
Agora, após nove meses de estudo, ele vai se graduar aos nove anos em engenharia elétrica na Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na Holanda.
Mesmo sem entender direito o que está fazendo.
Ao ser perguntado pelo programa Newsday, da BBC, por que ele buscava um diploma universitário aos nove anos de idade, Laurent Simons afirmou: "Não tenho ideia".
Engenharia, medicina ou ambos?
Atualmente, o jovem belga está interessado em saber como a tecnologia pode ajudar o corpo humano: seu projeto de graduação passa pela conexão entre cérebro e chip.
Um dispositivo desse tipo poderia medir e monitorar milhares de neurônios ao mesmo tempo.
Oriundo de uma família de médicos, Simons agora quer estudar medicina e fazer um PhD, mas suas ambições vão bem além de qualificações acadêmicas.
"Meu objetivo é criar órgãos artificiais", afirmou, em referência aos dispositivos que um dia podem substituir partes humanas, como um coração ou um rim, e eliminar a necessidade de transplantes.
"Na verdade, meu objetivo é estender a vida. De outras pessoas, incluindo a dos meus avós."
Foram seus avós, aliás, que identificaram primeiramente o potencial do jovem, antes mesmo de ele ir à escola.
"Ele foi criado pelos avós, que notaram algo especial sobre ele. Mas pensávamos que, como outros, eles só estavam orgulhosos do neto, e não levamos muito a sério", relembra o pai do jovem, Alexander Simons.
Mas quando os professores do ensino primário falaram a mesma coisa, os pais passaram a tentar entender por que ele era tão avançado.
Mesmo especialistas ficaram surpresos com o nível de evolução do garoto.
Além de ter memória fotográfica e um quociente de inteligência (QI) de 145, o jovem também tem boas habilidades analíticas. No início, ele amava matemática e ciência, mas não demonstrava muito interesse por letras.
Segundo o pai dele, o garoto se mostrou algumas vezes relutante em ir para a escola, querendo apenas ficar em casa para brincar ou ir à praia.
Mas passou a ser bastante metódico depois de chegar à universidade, adotando uma rotina intensa.
"Na segunda-feira, ele é apresentado à disciplina. Na terça, ele vai ao laboratório. A quarta é separada para estudos em casa, onde lê por oito horas. Ele usa a quinta para tirar dúvidas na faculdade e na sexta ele faz provas", relata seu pai.
"Outros estudantes levariam de 9 a 12 semanas para completar esse ciclo."
Infância
Para garantir que Laurent está confortável e aprendendo em seu próprio ritmo, na maioria do tempo ele é ensinado em uma sala separada dos outros graduandos, que acabaram de deixar a adolescência.
Seu pai afirmou, no entanto, que o filho não se afastou das alegrias da infância e não sofre qualquer tipo de pressão em sua trajetória acadêmica.
Ele já é famoso, com mais de 42 mil seguidores no Instagram, onde publica fotos passeando com o cachorro, nadando e concedendo entrevistas.
"Ele se gaba com os amigos quando aparece na TV", disse seu pai.
Prodígio
Mozart compôs música aos cinco anos. Picasso concluiu sua primeira pintura aos nove. Mas muitas crianças-prodígios tornam-se pessoas "normais" quando chegam à idade adulta.
Isso será diferente com Laurent Simons?
"Ele sempre cumpre o que promete", conclui seu pai.