O único sobrevivente da queda de um monomotor em Balneário Camboriú neste sábado (3) foi Leonel Gheller, de onze anos, filho do empresário Claudir Gheller, 53 anos, que também estava no avião. O menino teve ferimentos leves, mas já recebeu alta do Hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú.
"Eu não sei como aconteceu. Uma onda se criou na pedra e bateu na asa esquerda do avião. Dai o avião se virou. Meu pai começou a se desesperar. Ele perguntou pro piloto como abria a porta. Dai eu consegui abrir. Eu pulei e comecei a nadar. Meu pai disse: filho, nade que você vai conseguir, eu fui e quando olhei para trás não vi mais ele", comenta Leonel.
O avião de pequeno porte caiu na praia de Taquarinhas, em Balneário Camboriú, no Litoral de Santa Catarina, por volta das 10h30 deste sábado (3). Duas pessoas morreram no acidente. Uma delas é o médico Julio Cesar Mandelli, de 50 anos. Julio era natural de Caçador e possuía consultório em Balneário Camboriú, onde o corpo foi cremado, numa cerimônia para familiares por volta das 8h deste domingo (4). De acordo com informações do crematório, cerca de 100 pessoas compareceram, e duas filhas do médico e um amigo dele fizeram homenagens.
O corpo da segunda vítima do acidente, do empresário Claudir Gheller, 53 anos, foi enterrado em Videira, às 15h deste domingo.
"Foram os pescadores que viram o acidente acontecer. De acordo com eles, uma falha mecânica teria causado a queda do avião, por que o motor parou de funcionar por uns instantes, voltou e parou de vez", conta o Tenente do Corpo de Bombeiros Wilson Ribeiro, que atendeu a ocorrência.
Até o fim da tarde deste domingo (4) a aeronave continuava submersa e uma empresa a serviço do Aeroclube de Itapema passou o fim de semana tentando localizá-la. Não há informação exata sobre o local da queda, mas estima-se que o monomotor caiu a uns dez metros do costão da praia de Taquarinhas, em Balneário Camboriú. O avião teria saído do Aeroclube de Itapema para um passeio, mas caiu minutos depois.
Segundo o Aeroclube de Itapema, o piloto era habilitado e a aeronave, até então, não tinha apresentado defeitos mecânicos. Por telefone a assessoria de imprensa da ANAC explicou que aguarda o relatório preliminar feito pelo Seripa - o Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos. Este relatório deve conter as informações coletadas no local do acidente e informadas no plano de voo da aeronave. O caso será investigado pela ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil com o apoio da Capitania dos Portos de Itajaí.