A categoria médica planeja realizar uma grande paralisação em todos os hospitais da rede pública do estado e do município de Teresina como forma de chamar atenção para os baixos salários. A decisão foi tomada ontem (17), em Assembleia Geral, e a mobilização deve acontecer no próximo dia 2 de dezembro, caso os gestores não abram um canal de negociação.
?A palavra que melhor define o salário do médico é vergonha. O piso salarial pago pelo Estado e pela Prefeitura é de pouco mais de mil reais. Estamos sem reajuste há três anos. A categoria médica exige respeito?, afirmou o presidente do Sindicato dos Médicos, Leonardo Eulálio.
Durante a assembléia foi levantada a possibilidade de exigir o pagamento do piso determinado pela Federação Nacional dos Médicos ? FENAM, que está em R$ 8.200,00 por 20 horas semanais, mas a proposta foi rejeitada. ?Não adianta achar que o piso passará de mil reais para oito mil da noite para o dia. Temos uma proposta plausível, que pode perfeitamente ser executada. Esse é o mínimo que podemos reivindicar?, explica o tesoureiro do SIMEPI, Fábio Furtado.
A categoria exige aumento escalonado de 30% a cada seis meses, a partir do próximo mês de janeiro. Dessa forma, o piso salarial do médico vinculado à Fundação Municipal de Saúde seria reajustado de R$ 1.294,43 para R$ 1.682,76. Aqueles que possuem vínculo com a Secretaria Estadual de Saúde passariam a receber piso de R$ 1.313,00.
Outra exigência é a regularização do pagamento da produtividade, que está atrasado há vários meses, dependendo da unidade de saúde onde o médico está lotado. Além disso, os hospitais municipais deixaram de apresentar o ?espelho?, documento que relaciona todos os procedimentos executados pelo profissional, assim o médico não tem como saber se está recebendo o valor correto pela sua produtividade.
Diante das denúncias, o Sindicato dos Médicos reivindica que os espelhos voltem a ser emitidos e que seja estabelecida uma data base para o repasse da produtividade, já que o benefício é depositado pelo Ministério da Saúde na conta do Estado e do Município para pagamento pelos procedimentos executados.