Médicos alertam para queda de cirurgias urológicas devido à pandemia

Covid-19 tem sido prioridade, mas é preciso atenção a outras doenças

O objetivo da ação é mostrar que há doenças urológicas que não podem esperar | Tânia Rêgo Agência Brasil
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A covid-19 tem sido a prioridade na área da saúde neste ano, mas médicos alertam para a necessidade de prestar atenção a outras doenças, como as urológicas. Pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com 800 associados de todo o país, mostrou que cerca de 90% dos participantes informaram ter tido redução igual ou maior que 50% nas cirurgias eletivas e 54,8% relataram diminuição de pelo menos 50% no número de cirurgias de emergência devido à pandemia.

Esse panorama acendeu o sinal de alerta na entidade de que boa parte dos pacientes com doenças urológicas (como cânceres, hiperplasia de próstata, incontinência urinária, entre outras) adiou o tratamento pelo receio de contrair o novo coronavírus. Para conscientizar a população sobre a importância de manter o cuidado com a saúde, a SBU lança uma campanha, chamada Trato Feito, na semana do Dia do Homem, celebrado em 15 de julho.

O objetivo da ação é mostrar que há doenças urológicas que não podem esperar e que quanto antes forem diagnosticadas, melhor será o resultado de seu tratamento. Entre elas estão o câncer de próstata, de pênis, de testículo, a hiperplasia benigna da próstata, a incontinência urinaria e a bexiga hiperativa.

A campanha online terá vídeos e podcasts com especialistas debatendo diversos temas, um hotsite com vasto material de apoio dentro do Portal da Urologia e conteúdo para as mídias sociais da entidade (@portaldaurologia).

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Segundo o presidente da SBU, Antonio Carlos de Lima Pompeo, os pacientes não devem se afastar do tratamento médico para que seu quadro de saúde não se agrave. “Quem tem um tumor de bexiga avançado, não pode adiar muito o tratamento. A evolução da doença pode ser rápida e na hora em que for intervir pode ter passado do ponto de uma cirurgia mais oportuna. Isso também pode acontecer num câncer de próstata mais avançado, mais agressivo. É muito grave adiar tratamentos que não deveriam ser postergados”.

Ele chama a atenção para sinais de alerta na área urológica em que é preciso buscar atendimento médico imediato, como a presença de sangue na urina, dor intensa e dificuldade ao urinar com febre, pois há suspeita de infecção urinária.

Segundo a SBU, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre os homens, seguidas pelos cânceres, sendo o de próstata o mais incidente. “A disfunção erétil é um marcador para a doença coronariana. O calibre da artéria peniana é um terço do tamanho da artéria cardíaca, então é obstruída primeiro e todos os urologistas estão orientados para que se o homem procura ajuda para tratar disfunção erétil, deve fazer um check-up cardíaco. Por isso sempre ressaltamos a importância de não se automedicar nessa situação”, disse o secretário-geral da SBU, Alfredo Canalini.

Principais problemas

Câncer de próstata – estimam-se 65.840 casos novos de câncer de próstata para cada ano do triênio 2020-2022 (dado do Instito Nacional do Câncer, Inca).

Câncer de testículo – O tumor de testículo é o câncer mais comum em homens entre os 20 e 40 anos.

Câncer de pênis – Acomete em geral indivíduos com mais de 50 anos de idade e tem como causas: as altas taxas de infecções sexualmente transmissíveis, principalmente do vírus HPV, a má higiene e a presença de fimose.

Hiperplasia benigna da próstata- Essa alteração apresenta relação direta com o envelhecimento, presença de hormônios sexuais e genética.

Incontinência urinária – No Brasil, 15% dos homens, acima de 40 anos, apresentam incontinência urinária.

Bexiga hiperativa - É a necessidade urgente de urinar. Essa urgência é de difícil controle e pode estar associada à incontinência urinária (perda involuntária de urina).

ISTs - As infecções sexualmente transmissíveis são causadas por dezenas de vírus e bactérias durante o contato sexual, sem o uso de camisinha, com uma pessoa que esteja infectada.

Por Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

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