O tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) manteve a condenação que obriga o Hospital Evangélico de Curitiba a indenizar a médica Virgínia Soares de Souza, que chefiava a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), da instituição. Ela foi demitida após ser acusada de antecipar a morte de pacientes que estavam sob os cuidados dela. A Justiça a inocentou do suposto crime.
Conforme o advogado de Virgínia, Guilherme Assad de Lara, a estimativa é de que o pagamento chegue a R$ 4 milhões. Ele comemorou a decisão.
"Foi um processo delicado, com toda uma opinião pública por trás, mas a Justiça foi absolutamente isenta em julgar o caso, analisando tudo de forma técnica. A doutora Virgínia trabalhou por 20 anos na UTI, sem registro de carteira de trabalho e sem receber os direitos mínimos garantidos pela CLT, como férias, 13º salário e FGTS. Agora, o hospital foi definitivamente condenado", afirmou.
O processo trabalhista reconheceu vínculo de emprego, já que a médica não tinha registro em carteira de trabalho, bem como horas extras, intervalos, adicional noturno, recolhimento de FGTS e verbas rescisórias.
Apesar da absolvição em primeira instância, o MP-PR decidiu recorrer da decisão. A promotoria acredita que há provas de que Virgínia tenha sido, de fato, a responsável pelas mortes na UTI do Evangélico.
Caberá agora ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) decidir se aceita ou não o recurso dos promotores. Caso ele seja aceito, Virgínia e os outros sete acusados ainda poderão responder pelos supostos crimes. Até que isso ocorra, todos são considerados inocentes perante à Justiça.