O ministro da Educação, Rossieli Soares, requisitou à Presidência da República e à Casa Civil um novo adiamento do início do horário de verão para depois do segundo dia de prova do Enem. Desta forma, o período em que o horário será adiantado em uma hora para dez estados poderá ocorrer duas semanas depois do previsto. Inicialmente, este começaria no dia 28 de outubro, mas, por ser o segundo turno das eleições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pediu um primeiro adiamento. O início passaria a coincidir com o primeiro dia da prova federal. Como o exame conta com dois domingos seguidos de avaliações, o MEC requisitou que o início do horário de verão somente ocorresse após a última aplicação, no dia 11 de novembro. Ainda não há confirmação da Presidência sobre esta nova mudança.
A mudança de horário vale para moradores dos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, mais o Distrito Federal.
O MEC anunciou que junto com Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) irá elaborar "campanha alertando aos estudantes em pontos fundamentais para a prova, principalmente na questão do horário e do material a ser levado no dia do exame".
Ministério descarta mudar data de prova
A nova regra da mudança do horário de verão, que será aplicada pela primeira vez em 2018, não era de conhecimento das equipes que elaboraram o edital do Enem, em março passado. Um decreto de Temer já tinha sido feito em dezembro do ano passado apontando que a data seria no primeiro domingo de novembro.
Diante do choque de datas percebido recentemente, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo exame, acionou o MEC para um adiamento do início do horário de verão.
A principal dificuldade será garantir a logística na região Norte do país, em que determinados municípios ficam com até três horas de atraso em relação ao horário de Brasília. O deslocamento de equipes e provas teria que começar ainda de madrugada nesses locais. Em muitos deles só se chega de barco.
O MEC e o Inep não trabalham com a possibilidade de mudança na data das provas. Isso porque toda a estrutura já está contratada, como aluguel de salas de aplicação do exame e rotas de transporte para escoar as provas. Não haveria tempo hábil para remontar toda a logística, avaliam técnicos do governo.
Entenda as mudanças de datas
Inicialmente, a mudança no horário ocorreria no final de semana anterior à prova, porém, como é dia de eleição, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pediu ao presidente Michel Temer que o horário de verão de 2018 tivesse início somente após o segundo turno.
A alteração foi pedida para evitar atrasos na apuração dos votos e na divulgação dos resultados do pleito. Um dos exemplos é o Acre, onde as urnas seriam fechadas três horas depois da contagem de votos já ter sido iniciada nas regiões Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste. Se houvesse horário de verão, o resultado das eleições presidenciais só começariam a ser divulgados após às 20h de Brasília.
Com o início coincidindo com o dia da primeira prova do Enem, existe a possibilidade de muitos candidatos se atrasarem para a prova por não terem alterado seu relógio.
O fim do horário de verão chegou a ser analisado pelo governo. Um estudo do Ministério de Minas Energia apontou queda na efetividade da iniciativa, já que o perfil do consumo de eletricidade não estava mais ligado diretamente ao horário, mas sim à temperatura. Os picos de consumo foram registrados nas horas mais quentes do dia.
Provas acontecem nos dias 4 e e 11 de novembro
Nesta edição do Enem, as provas acontecem nos dias 4 e 11 de novembro. O exame deste ano trouxe ainda uma novidade para os estudantes: a aplicação das provas de Ciências da Natureza e Matemática terá 30 minutos a mais. Assim, no primeiro dia, os alunos farão a prova de Redação, Ciências Humanas e Linguagens em cinco horas e meia. No segundo dia resolverão Ciências da Natureza e Matemática em cinco horas.