O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta segunda feira (27) o balanço final dos acessos ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que classifica alunos e alunas para vagas em universidades públicas. O Ministério diz que a atual edição do Sisu teve 1.795.211 pessoas inscritas, que realizaram 3.458.358 inscrições (cada candidato pode tentar até duas opções de curso em busca de uma vaga).
Os resultados do Sisu, que estavam previstos para terça-feira (28), seguem embargados pela Justiça. Uma decisão liminar da Justiça Federal determinou que o processo do Sisu fosse suspenso assim que as inscrições fossem encerradas.
No balanço sobre o funcionamento do sistema, o MEC admitiu que o site ficou indisponível durante 8,4% do prazo. Além disso, divulgou que a carreira com mais inscrições foi medicina e que a mais disputada foi ciências biomédicas (leia mais abaixo).
Resultados embargados
Um dos argumentos da Defensoria Pública foi o princípio da transparência. Alegando que o processo de revisão dos erros de correção não foi claro o suficiente. “Há fortes indícios de que os candidatos sequer receberam uma resposta acerca de seu pedido de revisão das notas”, diz a DPU na petição.
O prazo para inscrição, que deveria terminar na última sexta-feira (24) foi estendido até as 23h59 deste domingo (26), após os problemas na correção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019. O erro afetou cerca de 6 mil candidatos, segundo o ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Nesta edição do Sisu estão em disputa 237.128 vagas em 128 instituições de ensino superior públicas em todo o país.
Calendário incerto
Nesta terça feira (28), além do resultado do Sisu está prevista a abertura do Programa Universidade para todos (Prouni), que oferece bolsas parciais e integrais em universidades particulares. Assim como o Sisu, o Prouni é outra ação do governo baseada na nota do Enem. Por isso, também há um pedido do Ministério Público federal (MPF) para a suspensão do calendário do programa.
Balanço do Sisu 2020
Segundo a nota divulgada pelo MEC o novo portal do Sisu ficou disponível 91,6% do tempo em que as inscrições estavam abertas. Cerca de 66% dos acessos foram feitos por celulares ou tablets - este foi o primeiro ano que a inscrição do Sisu pôde ser feita por estes dispositivos.
O MEC divulgou que a região do país com o maior número de inscrições foi a Nordeste, com 1.375.758, seguida por Sudeste (1.088.094), Sul (368.751), Norte (322.954) e Centro-Oeste (302.801).
Por curso, o MEC afirma que Medicina foi o curso com maior número de inscritos, com 274.190. Administração e Direito, seguem a lista com 190.454 e 175.413, respectivamente.
Os cursos mais concorridos - com maior número de inscrições por vaga ofertada - foram: ciências biomédicas, com 145 inscrições por vaga; educação física, com 106 inscrições por vaga, e têxtil e moda, com 94 inscrições por vaga.
Erros no Enem e resultados do Sisu
Na sexta-feira (17), depois que as notas individuais do Enem 2019 foram divulgadas, estudantes divulgaram relatos de avaliações diferentes entre candidatos que tiveram o mesmo número de acertos ou notas próximas a zero mesmo com número alto de acertos.
No sábado (18), Weintraub e Alexandre Lopes afirmaram que houve falhas na correção das provas do segundo dia, o que atingia "um grupo muito pequeno". No domingo (19), o Inep informou que estava revisando as notas dos dois dias de provas do Enem 2019.
Ao fim da revisão das notas, foram identificados problemas em 5.974 provas – 96,7% estavam concentrados em 4 cidades: Alagoinhas (BA); Viçosa (MG); Ituiutaba (MG) e Iturama (MG).
Em entrevista na segunda, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirmou que o erro ocorreu na gráfica Valid Soluções S.A.
Lopes explicou que a gráfica imprime o caderno de questões do candidato, que é identificado com um código de barras do aluno. Depois, imprime o cartão de respostas (gabarito), que também tem um código. Outra máquina une estes dois documentos. O erro ocorreu nesta união e na geração do código de barras.
Ao menos 24 ações judiciais envolvendo o Enem 2019 foram ajuizadas desde o último 17 de janeiro, de acordo com um levantamento feito pela Advocacia-Geral da União (AGU). Destas, quatro tiveram o pedido de liminar concedido, três foram indeferidos e o restante não tem informação sobre o andamento processual.