Sábado, por volta das 11h, mais de 20 pessoas doaram sangue no Hemopi, localizado na Rua 1º de Maio, centro de Teresina. A movimentação aconteceu em razão de uma ação do Grupo Matizes, a ?Nosso Sangue Pela Igualdade?, e também por causa do Dia Mundial do Doador de Sangue.
De acordo com representantes do Grupo Matizes, desde 2010 uma portaria que impede a doação por homossexuais é para ser revista. Ela foi alterada em junho de 2011, mas a proibição vem desde a década de 90. Já para o Hemopi, é o Ministério da Saúde que deve tomar alguma atitude.
?Essa portaria é discriminatória. O Ministério da Saúde não deve perguntar como a pessoa faz sexo, e não sua orientação sexual?, enfatiza Marinalva Santana. Ainda de acordo com a militante do movimento LGBT, 77% das pessoas infectadas pelo vírus HIV é heterossexual, os outros 22% é que são gays. ?É uma portaria homofóbica, porque é uma tremenda falta de respeito conosco?, apontou Sandra Jenniffer, que é lésbica assumida.
A ação é uma homenagem aos militantes do movimento LGBT ao Dia Mundial do Doador de Sangue e, principalmente, uma reivindicação pelo direito de homens gays e bissexuais de poderem doar. A campanha conclama a sociedade para a revogação da portaria nº 1.353/2011, do Ministério da Saúde. A proibição diz respeito a homens, que tiveram relações sexuais com outros homens e/ou parceiras sexuais destes.
DOAÇÕES - 14 de junho é o dia mundial do doador de sangue. Por isso, a assessoria do órgão vê a importância da data. Já para o doador, isso também é levado em consideração: ?É muito importante, porque faço bem para mim e outras pessoas?, disse o advogado Ludmann Moura Miranda. Já para Celene Alves, que é doadora constante, todo dia é dia de doar sangue: ?Não só hoje, mas sim todos os dias?, afirma.