Os moradores das Ruas Machado Lopes e Jornalista João R. Marinho do Bairro Ininga, zona Leste de Teresina, vem sofrendo há bastante tempo com a violência que predomina no local, que é alvo fácil dos bandidos por abrigarem nos prédios, estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI), que optam pelo local principalmente pela mobilidade.
Com o período chuvoso começando os moradores sentem o perigo aumentar, pois nesta época, o terreno baldio fica dominado pelo mato, facilitando assim, a ação de delinquentes que se escondem atrás das árvores e aproveitam a falta de movimento na rua. Segundo o estudante de Física, Bento Francisco Santos, muitos vizinhos já foram assaltados próximo ao prédio em que ele mora e sentem que o problema está longe de ser solucionado.
?Moro aqui há aproximadamente dois anos e, sinceramente, tenho muito medo de andar sozinho aqui pela rua, principalmente à noite. Mas sou estudante e tenho que ir à UFPI e não posso deixar de ir à aula. Então, a única solução é arriscar e contar com a sorte?, afirmou Bento Santos.
O estudante de Física também conta que o medo maior são para as mulheres, já que quando ele se mudou para o local houve uma tentativa de estupro. ?Esse mato atrai ainda mais riscos para nós, que moramos aqui perto, pois facilita demais a vida dos bandidos, já que o dono nunca limpa o local e eles se escondem à espera de quem quer que seja. Quando cheguei aqui, fiquei sabendo de uma tentativa de estupro, mas, graças a Deus, a menina conseguiu escapar. Mas pode ser que nem todas terão essa mesma sorte?, contou.
Mas o período quente não facilita a vida dos moradores, pois é nesta época que as queimadas aumentam e a situação se agrava. ?Quando estamos no ?B-R-O-Bró? não saímos praticamente de casa, pois a poeira e a quantidade de fumaça causam muitas doenças. Por isso, fica difícil dizer qual período do ano tem menos problemas?, explicou Bento.
Chuvas fortes tornam rua intrafegável
Quando o inverno chega em Teresina todos os habitantes da cidade comemoram o clima ameno, mas a chuva se torna um problema em alguns locais da capital, como é o caso da Rua Jornalista João R. Marinho, que com dois dias de chuva formou uma poça d?água tornando-a intrafegável.
Os moradores consideram a situação inaceitável, pois, há anos, convivem com aquela situação e temem que o problema não seja solucionado. ?Eu sou do interior do Maranhão e me mudei para Teresina porque passei no vestibular da Universidade Federal do Piauí, mas nunca pensei que uma rua de uma cidade chegasse a uma situação como esta, pois a poça d?água incomoda tanto quem passa a pé como de carro?, reclamou Bento Santos.
A redação do jornal Meio Norte entrou em contato com a assessoria de comunicação da Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) Leste, que informou que nestas primeiras semanas da nova gestão da prefeitura foi designada uma equipe para fazer um levantamento das áreas que precisam de obras, principalmente aquelas que são afetadas pela chuva. A assessoria também informou que a equipe trabalha durante todo o dia e deve concluir o levantamento em uma semana para, posteriormente, tomar as providências que solucionarão o problema.
Terreno se transforma em lixão na zona Sul
A situação da Rua Álvaro Freire, no Bairro Cidade Nova, zona Sul de Teresina, não está nada agradável para os moradores do local. Um terreno localizado na frente das casas se tornou um depósito de lixo, o que vem causando desconforto entre a vizinhança, que já arrumou confusão com carroceiros que insistem em jogar até animais mortos no lugar.
O problema parece estar longe de ser solucionado, já que o terreno não possui um dono específico e já foi até a leilão por falta de pagamento. Conforme aponta um morador que pediu para não ser identificado, já apareceram ?vários donos? do local, que levam até documento, mas nunca ninguém, de fato, ocupou o terreno.
?Nós moramos em frente ao ?inferno?. Ninguém respeita essa rua e vem carroceiro de tudo quanto é canto para jogar lixo aqui. Outro dia, um trouxe um cachorro morto e queria jogar aqui na frente. Meu filho teve que ameaçá-lo para que ele fosse embora. Nós já estamos cansados de tanto desrespeito e descaso?, relatou o morador que não quis ser identificado.
Ainda segundo ele, o problema só não é maior porque a prefeitura de vez em quando manda limpar o terreno e os próprios moradores se mobilizam para não deixar que o mato tome conta e que este não vire uma espécie de aterro sanitário. Na Rua Bolívia, que fica por trás do terreno, o lixo também incomoda. ?A prefeitura limpa, mas depois de quatro dias está tudo igual, e olha que não há necessidade de jogar lixo, pois há coleta aqui no bairro.
Às vezes, tenho a sensação de morar ao lado de um lixão, pois já perdi as contas de quantas vezes comprei gasolina para queimar animal morto neste terreno por não aguentar a fedentina?, desabafou o ferreiro armador, Paulo Henrique Cardoso.
Basta atravessar a avenida para encontrar mais um problema na rua Álvaro Freire. Há décadas, os moradores lutam por um calçamento. Além da poeira que causa constantemente problemas de saúde. Segundo a estudante de Nutrição, Laise Lorena Borges, que mora na rua há 23 anos, os moradores já procuraram as autoridades competentes atrás de soluções.
?Eu moro aqui há mais de duas décadas e nunca vi uma pedra ser colocada para calçar essa rua. E agora com essa chuva, a situação piora, pois fica tudo cheio de lama. Espero que com a construção deste prédio aqui ao lado, essa rua possa finalmente ser calçada?, disse Laise.