Frente ao cenário de pandemia ocasionado pelo novo coronavírus (Covid-19), o Ministério da Saúde tem incentivado a população a adotar medidas de higiene preventivas ao contágio da doença. Além do isolamento social e constante higienização das mãos (com água e sabão ou álcool gel 70%), a recomendação também passou a ser utilizar máscaras – caseiras ou cirúrgicas - para diminuir as chances de proliferação do vírus.
A possível flexibilização do isolamento social estudada pelas autoridades municipais e estaduais, o recente decreto estadual que obriga o uso de máscaras de proteção facial em espaços públicos, além do crescimento no número de casos da doença confirmados no Piauí têm gerado o alerta para que mais pessoas passem a utilizá-la como uma das principais ferramentas de proteção individual. Se seguidas as orientações para o uso, as máscaras são importantes aliadas nesse momento. Entretanto, também é fundamental que seu descarte seja feito de forma correta para coibir a disseminação da Covid-19.
Diante da escassez de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), o Ministério da Saúde recomendou que a população produza suas próprias máscaras caseiras, desde que sejam respeitadas todas as medidas de utilização e higienização.
No entanto, as máscaras cirúrgicas ainda devem ser utilizadas por pessoas com quadro de síndrome gripal que estiverem em isolamento domiciliar e pela pessoa mais próxima, quando esta estiver no mesmo ambiente da casa. Logo após utilizadas, as máscaras cirúrgicas não podem ser descartadas diretamente no lixo comum, já que passam a ser material infectante do Grupo A, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Por conta disso, Rafael Marques, coordenador de Engenharia, Segurança e Meio Ambiente da Sterlix Ambiental, destaca que é imprescindível que o descarte aconteça de forma adequada.
"Essa classificação de Grupo A significa que após utilizadas, as máscaras contêm microrganismos que podem originar algum tipo de contaminação por bactérias, vírus ou outros tipos de agentes infectantes. Portanto, em caso de sintomas ou confirmação da Covid-19, as máscaras e outros itens, como lenços e luvas, devem ser colocadas em sacos duplos pretos e, se possível, devem ficar em local isolado por até 72 horas, tempo em que o vírus deve ficar inativo. Após este tempo, o resíduo pode ser levado até o local onde será feita a coleta domiciliar. Além de proteger os moradores da residência, estas precauções também podem evitar o contágio dos trabalhadores que fazem a coleta de lixo, serviço indispensável à sociedade, sobretudo, nesse momento", recomenda Rafael Marques.
Estar atento aos cuidados com a gestão de resíduos também é fundamental para evitar o impacto ao meio ambiente. "A gestão adequada de resíduos infectantes evita maiores riscos à saúde das pessoas, além de impedir a contaminação do solo e das águas", acrescenta o especialista.