O escritor Mario Vargas Llosa, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, morreu neste domingo (13), em Lima, no Peru. A informação foi confirmada por seu filho, Álvaro.
"É com profundo pesar que anunciamos que nosso pai, Mario Vargas Llosa, faleceu hoje em Lima, cercado pacificamente por sua família", escreveu nas redes sociais.
Nascido em Arequipa, Peru, em 28 de março de 1936, Vargas Llosa foi criado por sua mãe e avós na Bolívia e no Peru. Estudou na Academia Militar de Lima e formou-se em letras, iniciando a carreira no jornalismo.
Em 1959, mudou-se para Paris, onde trabalhou como tradutor, professor e jornalista, e se casou com sua tia Julia Urquidi. Após o divórcio, casou-se com Patricia Llosa, com quem teve três filhos e viveu por 50 anos. Em 2015, já com quase 80 anos, iniciou um relacionamento com Isabel Preysler.
Prolífica carreira literária
A carreira literária de Vargas Llosa começou em 1959 com "Os Chefes", que lhe rendeu o Prêmio Leopoldo Alas. Ganhou destaque com "A Cidade e os Cachorros" (1963) e "A Casa Verde" (1966), consolidando seu prestígio com "Conversa no Catedral" (1969).
Vargas Llosa sempre afirmou que escreveria até o fim da vida, e cumpriu a promessa com obras como O Herói Discreto e Tempos Ásperos, esta última premiada com o Francisco Umbral. Com livros traduzidos para 30 idiomas, recebeu importantes prêmios, como o Cervantes, Príncipe de Astúrias, Rómulo Gallegos e o Nacional de Novela do Peru.
Obteve a nacionalidade espanhola em 1993.
Escritor premiado... polêmico na política
Vargas Llosa apoiou Fidel Castro na juventude, mas rompeu com a Revolução Cubana em 1971 após o caso do poeta Heberto Padilla. Candidatou-se à presidência do Peru em 1990, mas foi derrotado por Alberto Fujimori.
Após a eleição, retornou à literatura, afirmando que nunca deveria ter saído dela. Crítico do populismo, condenou regimes como o chavismo, o castrismo e extremismos políticos. Sua amizade com Gabriel García Márquez terminou após um desentendimento nunca esclarecido.