A oitava edição da Marcha da Maconha do Recife reuniu, neste domingo (04), cerca de 500 pessoas no centro do Recife, de acordo com estimativa da Polícia Militar. O grupo, que se concentrou na Praça do Derby, área central da cidade, reivindica mais debate para discutir a legislação que criminaliza o usuário de drogas no Brasil. A passeata deixou a concentração pouco antes das 17h.
A organizadora da Marcha, Ingrid Farias, explica que essa é a oportunidade de fazer a população debater o tema. "É mais do que discutir a questão da maconha pelo lazer, tem o lado medicinal que precisa ser visto. Vamos abordar as drogas pelo viés cultural, político, que atinge a população negra e periférica", afirmou Ingrid.
Mesmo com chuva, o grupo seguiu pela Avenida Conde da Boa Vista, em passeata até o Cais da Alfândega. "Vamos ter atrações culturais, como Isaar", explica Ingrid, acrescentando que o debate continua na quarta-feira (07), com um seminario as 18h na Faculdade Frassineti do Recife (Fafire), com convidados como o médico de saúde da família Rodrigo Cariri e Raquel Peraldi, assessora do presidente do Uruguai, José Mujica -- no país sul-americano, a regulamentação do consumo recreativo da maconha foi divulgada pelo governo na última sexta-feira (02).
A caminhada foi acompanhada por integrantes do maracatu Tambores de la Revolución, além de malabaristas e artistas. O desempregado Ruan Dantas personalizou a bicicleta para levantar a bandeira da legalização. "Protestam por tanta coisa, eu acho justo protestar pelo meu bem estar", aponta.