Um dos irmãos do sargento da Rota (tropa de elite da Polícia Militar paulista) Luís Marcelo Pesseghini, 40, contradisse a versão apresentada por uma testemunha à Polícia Civil, na semana passada, e disse que o policial não havia ensinado o filho, Marcelo Pesseghini, 13, a manusear armas.
O depoimento do irmão, que preferiu não se identificar, foi dado neste domingo (11) ao programa Fantástico, da TV Globo. O adolescente é apontado até o momento, nas investigações, como único suspeito de ter se matado após assassinar o pai, a mãe, a cabo da PM Andréia Pesseghini, a avó e a tia-avó.
"Meu irmão era uma pessoa muito coerente, e o Marcelo nunca mostrou interesse nem quanto a dirigir, nem com armas", disse.
Na última quinta, um policial militar que trabalhava com Andréia afirmou, em depoimento prestado no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que o menino havia aprendido a dirigir com a mãe, e a atirar, com o pai. Em entrevista coletiva sobre esse depoimento, o delegado-chefe da divisão de homicídios, Itagiba Franco, afirmara que a testemunha relatou inclusive ter presenciado situações do tipo.
A reportagem mostrou ainda depoimento de um psiquiatra forense segundo qual "é muito incomum e muito atípico" esse tipo de crime estar vinculado a um menino de 13 anos das condições do estudante. Para o profissional, Daniel Martins de Barros, é recomendável cautela ao fazer esse tipo de relação.
"[Se for Marcelo o autor dos crimes] É o raro, do raro, do raro. A rigor, não se pode afirmar que uma criança é psicopata, pois ela está em processo de formação de caráter", declarou Barros, que completou: "É muita irresponsabilidade afirmar algum diagnóstico a esse menino nesse momento."