O Maranhão tem os maiores registros de câncer de pênis no mundo, segundo uma pesquisa realizada pelo Hospital Universitário da Universidade Federal do Estado (HU-UFMA). Os dados, referentes aos anos de 2004 a 2014, revelam 392 casos da doença, sendo que mais de 90% tem relação direta com o HPV. Analises nos hospitais Universitário, Aldenora Belo e Geral Tarquinio Lopes Filho.
Gyl Eanes Barros Silva, patologista renal e chefe do Laboratório de Imunofluorescência e Microscopia Eletrônica (LIME) do Hospital Universitário, diz que muitos pacientes do estado buscam tratamento em outras grandes cidades, como, por exemplo, Teresina, no Piauí.
“São Luís é uma cidade geograficamente isolada do resto do estado. Uma grande parte da população do Maranhão vai buscar tratamento em Teresina, Belém, Tocantins, entre outros. Ou seja, a incidência real é bem maior, mas só podemos usar o que temos registrado aqui, que já representa um número significativo. Por isso reforço que isso é só a ponta do iceberg”, afirmou.
Conforme estudos já desenvolvidos, o câncer de pênis é motivado pela falta de higiene, fimose, infecção pelo papilomavírus humano (HPV) e uso de tabaco e comportamento sexual de risco.
“Podemos acabar ou pelo menos diminuir, caso sejam tomadas medidas preventivas, a exemplo da vacina contra o HPV. Por isso, a importância que os resultados dessa pesquisa alcancem um grande número de pessoas. A prevenção é a chave para reverter esse quadro alarmante. O HPV é o grande causador, a fimose e a falta de higiene é um fator a mais, que muito contribui também”, disse Gyl Eanes Barros Silva.
Os dados foram levantados por uma equipe formada por 12 pesquisadores entre acadêmicos, pós-graduandos e profissionais. São eles Ronald Wagner Pereira Coelho, Jaqueline Diniz Pinho, Janise Silva Moreno, Dimitrius Vidal e Oliveira Garbis, Athiene Maniva Teixeira do Nascimento, Joyce Santos Lages, José Ribamar Rodrigues Calixto, Leandra Naira Zambelli Ramalho, Antônio Augusto Moura da Silva, Leudivan Ribeiro Nogueira, Laisson de Moura Feitoza e Gyl Eanes Barros Silva.