Manifestantes voltaram a ocupar as ruas de Hamburgo, na Alemanha, nesta sexta-feira (7), no início da Cúpula do G20. Pelo segundo dia consecutivo, os ativistas protestam contra o encontro dos chefes de governo das 20 maiores economias do mundo.
Um grupo tentou entrar na área bloqueada perto da sede do encontro e outros se espalharam pela cidade para tentar impedir o acesso à cúpula.
Há registro de confrontos com a polícia, que usou água para dispersar os manifestantes, de acordo com a CNN. Carros foram incendiados no bairro de Altona. Não há informações sobre feridos. A polícia pediu reforço por causa dos protestos, de acordo com a France Presse.
Segundo a Efe, foram registradas umas ações para sabotar a circulação dos trens. A polícia detectou a presença de objetos sobre os trilhos em uma estação de trem, atrapalhando o tráfego ferroviário.
Na quinta-feira (6), violentos protestos deixaram ao menos 111 policiais e um número indeterminado de manifestantes feridos, segundo a Efe. A polícia deteve 44 pessoas.
Putin e Trump
O encontro dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, é o mais esperado da Cúpula do G20. Nos últimos tempos, raramente as expectativas antes de uma primeira reunião de cúpula entre os EUA e a Rússia foram tão altas.
Especialistas costumam apontar semelhanças no comportamento dos dois chefes de Estado, mas o que chama a atenção é que Trump se encontra sob forte pressão política em seu país devido ao escândalo de ingerência russa na campanha eleitoral nos EUA.
Moscou gostaria de ter visto muito mais cedo um aperto de mão entre os dois presidentes. "Trata-se principalmente de uma normalização do diálogo", afirmou o chanceler russo, Serguei Lavrov.
A Rússia anseia um reinício para as tensas relações, que vêm se deteriorando desde a anexação da Crimeia por parte de Moscou. No entanto, especialistas russos disseram não esperar nenhum avanço em Hamburgo.
A luta conjunta contra o "Estado Islâmico" (EI) e o controle de armas nucleares devem ser discutidas pelos dois presidentes. Nesse ponto, russos e americanos têm um interesse comum – especialmente em relação à Coreia do Norte.
O presidente do Brasil, Michel Temer, chegou a Hamburgo na madrugada desta sexta. Embora mergulhado em uma grande crise política, ele acenou com a possibilidade de não viajar para a Alemanha, para tratar de garantir votos contra sua denúncia na Câmara. Mas foi convencido a ir.