De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), “toda criança ou adolescente tem o direito a ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária”. No entanto, centenas de crianças e adolescentes vivem institucionalizadas em abrigos de Teresina.
Dessa forma, a assistente social, Francimélia Nogueira, criou o Centro de Reintegração Familiar e Incentivo à Adoção (Cria), uma instituição não governamental, sem fins lucrativos, que foi fundada no ano de 2009 com o objetivo dar assistência a crianças e adolescentes que são acolhidos por abrigos. A ideia é desenvolver ações que busquem a garantia da convivência familiar e comunitária, seja com famílias acolhedoras ou em casas de acolhimento. O projeto, além de conseguir um novo lar para essas crianças, busca também dar o retorno à família de origem.
Desde seu início, mais de 70 crianças já foram beneficiadas com as ações do Cria, que trabalha em parceria com a Vara da Infância e da Juventude, e com instituições de acolhimento, visando uma nova cultura de adoção, promovendo discussão sobre o fato de crianças viverem em abrigos, sem ter o direito à família respeitado. Para isso, o Centro conta com ajuda especializada de assistentes sociais, psicólogos, pedagogos, entre outros profissionais.
Família Acolhedora
O projeto “Família Acolhedora” foi uma alternativa encontrada para que crianças institucionalizadas possam ter acesso ao direito à família. Nestes casos, quem simpatiza com a causa, mas que não tem interesse em adotar passa a cuidar provisoriamente de um menor. Para participar, é preciso passar por um processo de triagem, no intuito de examinar se a pessoa quer adotar ou apenas cuidar provisoriamente. Verificando idoneidade, motivação e se essa pessoa possui capacidade de cuidar de uma criança, sabendo que ela poderá ser adotada a qualquer momento ou retornará para a família de origem.
Além desse projeto, o Cria desenvolve outras ações, como o “Fortalecendo de Vínculos”, cuja entidade dá suporte às famílias de origem que tiveram seus filhos abrigados e os receberam de volta, no sentido de evitar o reabrigamento. O “Adoções Necessárias”, faz exposições fotográficas, reuniões e ações de sensibilização para adoção diferenciada, como grupo de irmãos, afrodescendentes e crianças especiais, o “Papo de Adoção” com reuniões com pretendentes e adotantes visando a preparação para o exercício da maternidade/paternidade, realizadas sempre na última sexta-feira de cada mês, às 18 horas, na sede do Cria e o “Escola de Família”, que trabalha com a rede escolar realizando ações socioeducativas com alunos e suas famílias para contribuir com o fortalecimento das relações e prevenir a ruptura dos vínculos familiares e um consequente abrigamento.
Saiba como contribuir com o trabalho do Cria
Como qualquer outra instituição sem fins lucrativos, o Cria conta com o apoio de voluntários e colaboradores, e para manter seus trabalhos, possui um bazar permanente na própria sede, que fica na Rua São Pedro, 1841, Centro-Sul. Este é a principal fonte de renda da instituição, e também recebe doações de roupas masculinas, femininas e infantil, acessórios, sapatos, bolsas, entre outros, sendo estas novas e seminovas. O Cria também recebe ajuda financeira, que pode ser realizada por meio da conta: agência: 3219-0; conta corrente: 7892-1 Banco do Brasil.
A renda arrecada é destinada às Famílias Acolhedoras que estão com as crianças e ou adolescentes através da guarda provisória.