Por insegurança, mais de 300 mototaxistas deixaram a profissão nos últimos anos, em Teresina, segundo o Sindicato dos Mototaxistas do Piauí. A morte do mototaxista Edson Gomes dos Santos, assassinado quarta-feira passada, a poucos metros de casa, revoltou a classe trabalhadora. Este é o quarto profissional morto do ano passado até agora. A nova morte preocupa o Sindicato dos Mototaxistas do Piauí, que teme pela segurança dos seus profissionais, pois além do risco de morte, os assaltos costumam ser frequentes. "Os assaltos acontecem todos os dias, principalmente à noite. Não temos nenhuma segurança em Teresina, se ninguém tomar providência, vamos ter que tomar medidas drásticas", afirma o presidente do Sindicato dos Mototaxistas, Ricardo da Costa Ribeiro.
Como os mototaxistas não conhecem quem estão levando, muitos assaltantes se passam por clientes e em algum momento do percurso anunciam o assalto. Foi o que aconteceu com o mototaxista Nelson Silva, que por duas vezes foi assaltado enquanto trabalhava. "Eu estava com um cliente e no meio do percurso ele colocou a arma na minha cabeça e pediu para passar tudo, relógio, dinheiro. Não pude identificá-lo pois eu não o vi direito, nem mesmo uma tatuagem no braço para poder reconhecer", conta revoltado. Nelson ainda fala que não aguenta trabalhar com tanta insegurança e pretende mudar de profissão.
Para evitar os crimes, o sindicato aconselha o mototaxista a selecionar o passageiro que vai pegar, evitar bairros afastados e não voltar pela mesma rua. "Infelizmente, temos que escolher o cliente, não conhecemos as pessoas que iremos pegar. Quem perde com a insegurança somos nós e a população", comenta o presidente.
Outros mototaxistas contam que para conhecer o cliente, chegam a fazer algumas perguntas e pedem, com gentileza, para que mostrem documentos ou se estão portando alguma arma.
Várias reuniões estão sendo agendadas com as autoridades públicas na capital, para reivindicar algum plano de segurança para a classe. O Sindicato dos Mototaxistas avisa que se nada for feito e a insegurança persista, manifestações serão promovidas e medidas extremas devem ser tomadas.