Maioria foi às ruas contra corrupção, diz Datafolha

Como o Datafolha havia feito uma pesquisa semelhante na sexta (13) junto aos manifestantes do ato liderado pela CUT, UNE e MST, entre outras entidades, é possível comparar os perfis dos dois públicos

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Protestar contra a corrupção foi a principal motivação das pessoas que resolveram ir à manifestação de domingo (15) em São Paulo, mostra pesquisa Datafolha feita durante o ato. Este motivo foi citado por quase metade dos entrevistados do instituto.
 

O pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, usado por alguns dos grupos organizadores do ato, vem em segundo lugar. Foi mencionado por 27%. Protestar contra o PT (20%) e contra os políticos (14%) foram as outras razões mais citadas.
 
No universo dos 210 mil manifestantes que lotaram a av. Paulista no domingo na contagem do Datafolha, 82% declararam ter votado no tucano Aécio Neves no segundo turno da eleição presidencial de 2014, 37% manifestaram simpatia pelo PSDB e 74% participavam de protesto na rua pela primeira vez na vida.
 
Como o Datafolha havia feito uma pesquisa semelhante na sexta (13) junto aos manifestantes do ato liderado pela CUT, UNE e MST, entre outras entidades, é possível comparar os perfis dos dois públicos.
 
No ato da sexta, formado majoritariamente por eleitores de Dilma –71% votaram nela no segundo turno–, as principais motivações foram protestar contra perdas de direitos trabalhistas (25%), por aumento salarial para professores (22%), por reforma política (20%) e em defesa da Petrobras (18%). A defesa de Dilma foi citada por apenas 4%.
 
Ao responder sobre as motivações para ir ao protestos, os entrevistados poderiam oferecer mais de uma razão.
 
Nas duas manifestações o público presente tinha um perfil social mais elitista que o da média da população. No ato liderado pela CUT, por exemplo, 68% tinham ensino superior. Na manifestação de domingo, 76%.
 
A renda dos manifestantes de domingo era um pouco mais alta: 41% declararam receber mais de 10 salários mínimos ante 12% no protesto da sexta-feira.
 
Divergências profundas aparecem na avaliação do governo Dilma –desaprovado por 96% do público do domingo, mas por 26% dos presentes na sexta– e na opinião sobre a relação da presidente com o esquema de corrupção na Petrobras.
 
No domingo, 90% responderam que Dilma sabia dos malfeitos e deixou ocorrer. Na sexta, o maior grupo (36%) também achava que ela sabia, mas avaliava que ela nada poderia fazer para evitar.
 
Apesar de politicamente estarem em espectros opostos, os manifestantes dos dois atos compartilham pontos de vista em alguns aspectos.
 
A democracia foi amplamente defendida por ambos os grupos, que a apontaram como o melhor sistema político para o país.
 
A avaliação negativa do Congresso Nacional também foi comum nos dois atos: ruim ou péssimo para 61% dos que marcharam na sexta, taxa que chegou a 77% entre os manifestantes do domingo.
 

 

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