O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou em entrevista ao programa Em Foco com Andreia Sadi, nesta segunda-feira (7), que nunca teve a intenção de disputar a reeleição do comando da Casa e que seu candidato deverá representar a independência do Legislativo. Com informações do G1.
"Eu acho que ao longo das próximas semanas nós precisamos cuidar da pauta da Câmara, e sem dúvida nenhuma, na minha sucessão, nós precisamos fazer um candidato que garanta esse movimento firme, um movimento que garante à Câmara dos Deputados livre de qualquer interferência de outro poder", afirmou.
Neste domingo (6), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu barrar a recondução ao cargo dos atuais presidentes da Câmara e do Senado, Maia e Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Na entrevista, Maia disse que sempre defendeu e respeitou os resultados dos julgamentos do tributal e que a decisão deste domingo reforçou sua intenção de construir seu sucessor para o comando da Câmara.
Questionado sobre quais são os cotados a ser esse candidato, Maia citou os deputados Aguinaldo Ribeiro, Baleia Rossi, Eumar Nascimento, Luciano Bivar e Marcos Pereira.
De acordo com o presidente da Câmara, a decisão do STF deu mais "energia" aos deputados que articulam a disputa pelo comando da Casa. Segundo ele, a candidatura não será contra o governo, nem ninguém, mas a favor da democracia e do fortalecimento da Casa.
"Então, a nossa candidatura não é contra ninguém, ela não é contra o governo, ela não contra o Arthur Lira, o nosso candidato é a favor da democracia, é a favor da Câmara dos Deputados, e representa esse movimento que é muito mais amplo que os partidos de centro e centro-direita, é um movimento que certamente vai atingir a maioria da Câmara dos Deputados, porque todos viram que na independência da Câmara, a Câmara saiu valorizada", afirmou Maia.
O deputado Arthur Lira (PP-AL) é o candidato apoiado pelo governo de Jair Bolsonaro à presidência da Câmara.
Retomada da pauta de votações
Ao longo da entrevista, Maia reforçou diversas vezes a necessidade de retomar a agenda de votações de pautas importantes na Câmara. As negociações estão há semanas sob os impactos do período eleitoral e da indefinição sobre se Maia e Alcolumbre poderiam se reeleger.
"Acho até que tem alguma coisa positiva, enfim, o governo vai poder voltar para Câmara para a votação daquilo do que é prioritário na Câmara e no Senado, porque o governo, de certa forma antecipou a minha sucessão, esqueceu de projetos importantes. Ninguém votou a PEC emergencial", disse.
"Vamos agora acabar com as desculpas, sentar na mesa e aprovar o que é importante", afirmou.