Santa Carolina da Silva tinha 21 anos quando deu a luz a Joycilaine. Quando a menina tinha um mês de vida, seu pai foi até a casa de Santa dizendo que queria levar a filha para conhecer os avós em São José dos Pinhais, no Paraná. Trinta e dois se passaram sem que Santa tivesse notícias da filha. ?Ele me deixou na espera, e essa espera levou muito tempo?, conta Santa, hoje com 53 anos.
A espera terminou nesta quinta-feira (15), quando Joycilaine bateu a sua porta. O encontro aconteceu graças às buscas de Wellingdon Silva, irmão de Joycilaine, no Facebook. ?Com as informações que eu tinha, meu filho encontrou a irmã. No início ela ficou desconfiada, mas cruzando os dados ela se convenceu?, contou Santa.
Wellingdon, que têm 25 anos, faz parte de um projeto evangélico chamado de ?Restaurando famílias, restituindo sonhos?, que existe desde 2008. Desde pequeno, ele ouvia a história da mãe e pensava em um jeito de encontrar a irmã . ?Nós ajudamos as pessoas no trabalho social, vamos nas cracolandias tentar tirar as pessoas, levar comida, mas dessa vez foi minha família que foi ajudada?, relata Wellingdon.
Segundo Santa, Joycilaine conversou com o pai, que confirmou que a mãe vivia em Cubatão e lhe disse que poderia procurá-la. Joycilaine ligou então para o irmão, que na hora estava no trabalho. Quando Wellingdon chegou em casa retornou a ligação e colocou a mãe para falar com a filha. ?Eu estava nervosa, angustiada, mas esperava por esse encontro há 32 anos?, relembra Santa.
Quando Joycilaine nasceu, Santa tinha uma filha de três anos. ?O pai de Joycilaine me chamou para ir com ele, mas eu não tinha condições de deixar minha filha e minha mãe sozinhas. Precisava ajudar a minha mãe a cuidar dos meus irmãos. Ele disse que voltava e talvez por ter pouca idade e ser muito ingênua acreditei. Sempre acreditei que veria a minha filha antes de morrer, mas essa conversa era entre eu e Deus?, conta Santa, que é mãe de outros três meninos.
Joycilaine têm outros dois irmãos por parte de pai, é casada e tem dois filhos, um menino com um ano e oito meses e uma menina de sete anos. A mãe de Santa, hoje com 76 anos, reviu a neta e lembrou seu apelido de infância, Jojô.
A chegada de Joycilaine foi festejada pela família e vizinhos de Santa, que estavam curiosos e felizes pelo final da história. Santa diz que não guarda rancor do pai de Joycilaine. ?Ele cuidou bem da minha filha. De jeito nenhum quero prejudicá-lo. Agora quero conhecer minha filha, conversar e recuperar o tempo que passou?, concluiu Santa.