Uma menina de três anos foi espancada pela mãe, de 17 anos, na quinta-feira (26), em Manaus. As cenas foram filmadas pelo padrastro da criança, de 25 anos, que afirmou que usaria o vídeo para chantagear a parceira. As imagens foram divulgadas, nesta segunda-feira (30), pelo Conselho Tutelar.
No vídeo de dois minutos, a mãe aparece agredindo a menina com um pedaço de madeira, além de mordidas e empurrões. O material foi apresentado para conselheiros da infância e da juventude quando faziam uma operação na manhã de sexta-feira (27), em frente à Escola Estadual Vasco Vasques, no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus. Na ocasião, uma senhora que trabalha em uma mercearia próxima à escola foi até os conselheiros e mostrou o vídeo, que estava no celular dela. Ele, a adolescente e os filhos eram inquilinos da senhora, e o companheiro teria passado o vídeo para ela tentando chantagear a adolescente.
Segundo o conselheiro Francisco Castro, assim que viram o vídeo, os conselheiros foram até a casa da jovem e ela confessou o crime. "A mãe alega que foi espancada e violentada em frente à sogra e ao cunhado e nada foi feito. Então, em um momento de raiva, ela reagiu agredindo a menina", relatou. "A esposa ameaçava denunciar o marido pelas agressões, mas ele enfatizou que também teria como denunciá-la através das imagens", completou o conselheiro.
A mãe perdeu a guarda temporária dos filhos e está na casa da avó. Ela passa por tratamento psicológico no Centro de Referência de Apoio às Familias (Craf). De acordo com o conselheiro, a avó da adolescente disse que o pai dela é delegado da Polícia Civil no Paraná e era muito rígido com a filha, e por isso ela passou por tratamentos psicológicos quando era criança. Ela parou quando veio à Manaus, há seis anos.
O conselheiro acredita que o companheiro será punido por não prestar socorro à criança e por negligência. "Segundo a menina, ele a chamava de magricela e prostituta, entre outras palavras de baixo calão", contou Castro.
A criança de três anos também está passando por acompanhamento psicólogico. O caso tramita em segredo de Justiça na Promotoria da Infância e da Juventude. A menina e o irmão de cinco meses estão sob a guarda da avó materna.