A mãe do jovem morto próximo à casa noturna na Vila Matilde no domingo (24) está em choque e não foi ao velório do corpo do filho que ocorre na manhã desta segunda-feira (25).
O velório ocorre no cemitério da Quarta Parada, também na Zona Leste, e o corpo do jovem será enterrado no Cemitério da Vila Alpina às 10h.
De acordo com familiares, a mãe do vendedor Ewerton Leandro de Castro Nogueira, de 25 anos, ficou em casa, deitada na cama do filho, negando que o jovem tenha morrido.
Os amigos do vendedor disseram que ele foi morto após ter sido espancado por seguranças e frequentadores da balada Vitrini Show. A casa noturna nega que ele tenha sido agredido por seguranças dentro do estabelecimento.
"A direção da casa nega veementemente que tenha havido qualquer tipo de agressão por parte da segurança no interior do estabelecimento e se propõe a auxiliar a polícia e todas as investigações", diz o comunicado da casa noturna.
O vendedor foi encontrado caído em uma vala, às 4h30 da madrugada deste domingo, a cerca de 30 metros do Vitrini Show. De acordo com o boletim de ocorrência registrado no 10º Distrito Policial, Penha, ele foi levado ao Hospital Tatuapé, onde chegou sem vida. O documento informa ainda que ao constatar a morte do rapaz, o médico atestou que ele foi ?vítima de agressão física?. Laudo mostra que o vendedor teve uma lesão na barriga e o fígado rompido.
Três amigos de Ewerton, que tinham ido com ele à balada, contaram à policia que aproximadamente uma hora antes de o vendedor ter sido achado do lado de fora do bar, algo em torno das 3h30, ele tinha discutido no estabelecimento comercial com frequentadores de um camarote e também havia sido levado por seguranças para um quarto dentro da casa.
Ainda segundo o relato das testemunhas, quando Ewerton foi achado caído na Avenida Antonio Estevão de Carvalho, perto do Vitrini Show, algumas pessoas que estavam em volta do vendedor disseram a um de seus amigos: ?sai fora senão os caras que pegaram seu amigo vão pegar você também, eram uns 15 caras?.
?Eu não estava com meus amigos na balada, mas soube por eles que os seguranças bateram no Ewerton dentro da casa noturna e depois o jogaram na rua para outros frequentadores que haviam brigado com ele antes terminarem de espancá-lo e matá-lo?, disse à equipe de reportagem o corretor de imóveis Marcos Curcelli, de 26 anos.
Segundo os amigos, Ewerton, que era conhecido como "Tom Nogueira", estava casado e tinha um filho de 2 anos de idade. Investigadores procuram câmeras de segurança que possam ter gravado as agressões a Ewerton para ajudar na identificação de suspeitos pelo crime.
A polícia precisa investigar, tentar identificar e prender quem matou meu amigo, se foram os seguranças ou os frequentadores?, falou por telefone André Moreno.
Discussões
De acordo com o depoimento de um dos amigos de Ewerton, um auxiliar operacional, de 26 anos, à polícia, ?houve uma discussão dentro do bar Vitrine [sic], com três desconhecidos, sendo separados pelos seguranças do local e depois desse incidente não mais viu Ewerton?. Em seguida, ele contou que deixou o local.
Um auxiliar administrativo de 24 anos, amigo do vendedor morto, relatou aos policiais que ?estava dentro do bar Vitrine [sic] quando alguns rapazes (oito rapazes) começaram a jogar gelo do camarote para a pista, acertando ele e seus colegas, quando então ocorreu uma discussão, sendo que os seguranças separaram as partes e depois disso não mais viu Ewerton? e depois saiu da casa.
Segundo o registro policial, outro amigo da vítima, um auxiliar de produção de 25 anos, contou que também estava dentro do Vitrini Show e ?viu somente a parte que Ewerton foi levado pelos seguranças do local para dentro de um quarto no barzinho?. Falou ainda que ao sair da casa, ?viu uma multidão em volta de um rapaz caído, se aproximou e descobriu tratar-se de seu amigo Ewerton?.
O auxiliar relatou que após isso ouviu das pessoas em volta que era para ele ir embora para não apanhar também pelo grupo de 15 pessoas que havia agredido o vendedor. Também afirmou que saiu do local após ter visto uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegar para socorrer seu amigo.