?Não vou tirar o direito do Bruninho de conviver com o pai, como o Bruno tirou o do meu neto de conhecer a mãe e de ser protegido por ela?, desabafa, aos prantos e quase sem voz, Sônia de Fátima Moura, 46 anos, mãe da ex-modelo Eliza Samudio. Tensa com o julgamento do goleiro Bruno de Souza, pai do menino, pelo assassinato de Eliza, e de outros quatro réus, ela garante que irá à audiência, a partir de amanhã, no 2º Tribunal do Júri de Contagem, em Minas Gerais.
?Vou ficar frente a frente com Bruno. Mas hoje, só de pensar, tenho enjoo?, dispara ela, que mora em pequena cidade do Mato Grosso do Sul. Apesar da mágoa contra o ex-goleiro do Flamengo, Sônia de Fátima tem consciência de que pode ter uma missão no futuro: zelar também pela convivência entre pai e filho. Abalada, ela revela que não quer a aproximação entre os dois, mas garante que jamais deixaria de atender a um pedido do neto.
?Fico nervosa só de pensar. Se um dia o Bruninho pedir isso, ficaria dolorida, mas atenderia o meu neto e respeitaria o direito dele?, revela, garantindo que tem apoio psicológico para lidar com a dor da perda da filha e para o que ainda pode vir pela frente, como a relação do menino com o pai.
A maior preocupação de Sônia no momento, porém, é como os advogados dos acusados vão tratar a honra de Eliza no tribunal. ?Em entrevistas, eles chamam a minha filha de ?Maria Chuteira? para esculhambar. Então, por causa disso, ela poderia ser jogada em qualquer canto?! É um absurdo?, protestou a dona de casa. Além de Bruno, serão julgados pela morte da ex-modelo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, fiel escudeiro do jogador; Marcos Aparecido dos Santos, o Bola; Dayanne Souza, ex-mulher do goleiro; e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta.