Lula e Governadores, a busca pelo pacto federativo - Por José Osmando

Presidente entende que não será possível governar o Brasil e retirá-lo dessa tragédia de gestão, se não for pela união de todos.

Presidente Lula propõe união com todos os governadores | div
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Por José Osmando de Araújo 

O presidente Lula chamou todos os governadores brasileiros para uma conversa nesta sexta-feira, em Brasília, durante a qual pretende consolidar seu desejo de campanha, de fixar no país um novo pacto federativo, centrando nos governantes estaduais e nos prefeitos as inciativas voltadas para a realização de obras e as políticas de atendimento às populações, sobretudo às mais carentes. 

Essa nova disposição expressa por Lula contrapõe-se de maneira literal ao discurso e à prática do governante anterior, que demonstrava ver nos governadores e prefeitos verdadeiros inimigos, com os quais não queria diálogo e não pretendia dividir qualquer inciativa governamental. 

Presidente Lula propõe união com todos os governadores 

OBRAS PARALISADAS 

Esse modelo de atuar instaurado pelo presidente que, derrotado nas urnas, despediu-se do Brasil, explica a tragédia de governança que ele deixou ao povo. O percentual de obras públicas paralisadas nos dois últimos anos de seu governo subiu de 29% para 38,5%, fazendo com que dos 22,5 mil contratos pagos com recursos do Governo Federal, 8.674 foram considerados interrompidos pelo Tribunal de Contas das União (TCU). As obras suspensas somaram R$ 27,2 bilhões, o maior volume desde 2018. 

RELATÓRIO DO TCU 

Nesse quadro trágico, o setor Educação foi o que teve maior volume de obras paralisadas. Nada menos do que 4.473, seguidas por saneamento, saúde e infraestrutura de transportes. O último relatório do TCU refere-se a Agosto de 2022, ensejando-se que de lá até 31 de Dezembro desde ano, o quadro tenha piorado. A conclusão das autoridades de fiscalização e controle é de que o Brasil virou um cemitério de obras paralisadas. 

Esse cenário piorou muito de 2018 ( sob o governo Temer), quando haviam 38,4 mil contratos federais ativos. Em 2022, o número de obras custeadas pela União caiu 41,2%, ou seja, uma queda de 22,5 mil contratos, mas ainda assim o número de paralisação só fez crescer. 

EMPRESAS QUEBRADAS E DESEMPREGO 

O resultado dessa absurda quebra de contratos e da interrupção de milhares de obras, foi a quebradeira de empresas de obras e serviços, o aumento significativo do desemprego e, na sequência, as carências e a fome, esta atingindo hoje 33 milhões de brasileiros. 

UNIÃO 

Daí, sabendo disso e colhendo muito mais graves informações levantadas por sua equipe de transição, comandada pelo vice-presidente Geraldo Alckimin, o presidente Lula quer não apenas dialogar com os governadores, sejam eles aliados ou adversários políticos. Entende que não será possível governar o Brasil e retirá-lo dessa tragédia de gestão, se não for pela união de todos. 

DIÁLOGO COM A DIREITA 

Nessa sua primeira viagem presidencial ao exterior, quando participou da Cúpula das Américas, Lula deu demonstrações claríssimas de que busca sempre a união como fator preponderante na superação de crises. Daí, sua pregação veemente, nos encontros individuais e nos seus pronunciamentos oficiais, de que cabe à América do Sul e ao Caribe unir-se em torno de objetivos comuns, no caminho de um desenvolvimento regional possível e do fortalecimento da região no conjunto universal. Além de ampliar o diálogo com os parceiros tradicionais, como a Argentina, Lula foi até o Uruguai, para uma conversa com o presidente Luís Lacalle Pou. 

Ao buscar diálogo com um presidente reconhecido como de direita, Lula demonstra sua notável capacidade para o entendimento e dá a todos uma lição: questões ideológicas não podem estar acima do interesse público e da afirmação das Américas. 

OBRAS MAIS URGENTES 

Lula quer que cada governador elenque quais as obras mais necessárias e mais urgentes em cada Estado da Federação. Não quer simplesmente agir de cima para baixo. Sabe muito bem que prefeitos e governadores têm muito melhor conhecimento de suas demandas do que o Governo Federal, por mais sério e bem intencionado que seja.  O pacto federativo por correções e avanços nunca foi  tão possível quanto agora.

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