Na semana passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a interdição e recolhimento de alguns lotes do medicamento losartana. Vale lembrar que muitos medicamentos com losartana são usados no Brasil para o tratamento de pressão alta (hipertensão arterial) e insuficiência cardíaca, reduzindo o risco de derrame e infarto.
A decisão levou em consideração a presença da impureza conhecida como 'azido'. Ela estaria em concentração acima do limite de segurança aceitável.
Substituição
Mas não há com o que se preocupar. O cardiologista Luciano Drager, diretor de promoção e pesquisa da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) ressalta que há várias classes de medicamentos disponíveis para o tratamento da hipertensão que podem substituir a losartana.
— Apenas alguns lotes foram afetados. Não existe a necessidade de trocar a losartana de todo mundo, mas existem opções, caso o médico ache necessário — diz Drager.
Resíduos
Ele também reforça que os resíduos potencialmente tóxicos encontrado no medicamento não são por causa da losartana em si, mas do processo de fabricação, o que pode ser modificado.
MARCAS NÃO AFETADAS
Os lotes que a Anvisa determinou recolhimento não são, conforme o jornal O Globo, das marcas a seguir. Confira:
EMS;
Germed;
Torrent;
Organon;
Pharlab;
Multilab;
Nova Química;
Sandoz;
Vitamedic;
Sanofi Medley
Legrand;
Ranbaxy;
Unichem;
1FARMA;
Aurobindo Pharma;
Laboratório Globo;
Zydus Nikkho.
Relembre: recolhimento em 2019
Em maio de 2019, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) resolveu recolher aproximadamente 200 lotes de medicamentos para hipertensão arterial. Segundo a agência, os medicamentos recolhidos eram os remédios que possuíam os princípios ativos do tipo “sartanas”, como a losartana, valsartana, olmesartana e irbesartana.
Eles foram recolhidos na época por suspeita de conter "impurezas" que pudessem causar câncer em casos de exposição de longo prazo.