“Longe de casa, há mais de uma semana...”

Atualmente, há muitos jovens por aí que deram um até logo aos pais e voaram para longe do colo da família

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Já cantava a dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, na música "No dia em que eu saí de casa": as mães sabem que depois que cresce ?o filho vira passarinho e quer voar?. Pois é, é certo que a afirmação não vale para todos os casos, mas, atualmente, há muitos jovens por aí que deram um até logo aos pais e voaram para longe do colo da família.

São pessoas que decidiram se arriscar na vida em busca da realização de um sonho, que viajaram para longe para fazer um curso, intercâmbio, estudar outra língua, assumir um cargo de concurso e por aí vai. Ou seja, como diz a música: jovens que deixaram o conforto da família, de casa, de ter tudo na mão e criaram asas para irem em busca de seus objetivos.

Mas tomar essa decisão não é fácil para os pais, muito menos para os filhos, que, neste caso, cortam um laço e passam a viver com responsabilidades muito maiores. Afinal, quando a gente tem mãe e pai por perto, tem muito mais mordomias. Porém, quem deseja e corre atrás de se arriscar assim na vida, geralmente, não se arrepende do feito. A experiência adquirida, os acertos e até as dificuldades encontradas contribuem para que o jovem cresça, se torne independente e ganhe mais conhecimento.

A seguir, separamos depoimentos de três jovens que tiveram essa atitude em busca de novos conhecimentos relacionados ao futuro profissional e também de aperfeiçoamento de idiomas. Os motivos e o modo de viver que cada uma escolheu são diferentes. Mas em compensação, as três admitem que a aventura é por um motivo nobre e valem a pena todos os esforços.

Jennyfer Moreira, 21 anos

Ela morava em Timon, Maranhão, e viajou, há seis meses, para Laranjeiras do Sul, no estado do Paraná, com o objetivo de cursar Engenharia de Aquicultura na Universidade Federal da Fronteira Sul.

?Decidi vir por conta da oportunidade da graduação, pois o curso no qual estou, são poucas as universidades que oferecem. Moro com mais duas meninas da mesma universidade. A maior dificuldade encontrada aqui no começo foi o frio, pois estou no sul do Paraná, em uma das regiões mais frias do Estado. Nunca tinha pensado em ir embora do Maranhão, amo meu Estado! Mas quando as oportunidades aparecem temos que agarrá-las com força. De lá, sinto mais falta do calor (risos), da minha família, amigos e das comidas típicas e pretendo voltar quando eu terminar meu curso, pois a maior área de atuação dele é o Nordeste. Então, estou fazendo esse esforço para voltar ao meu Estado no futuro?.

Maysa Furtado, 18 anos

Morava em Teresina, Piauí, e há dois meses teve a oportunidade de cursar Relações Internacionais em João Pessoa, na Universidade Federal da Paraíba.

?João Pessoa é a cidade com o melhor curso de Relações Internacionais do Nordeste. Então, era uma das minhas opções por causa do curso. Atualmente divido apartamento com outras três meninas. As maiores dificuldades encontradas aqui no começo foram a locomoção e a comida. Apesar de morar perto da Universidade eu precisava ir a outros lugares e era bem difícil no início porque eu não conhecia a cidade, não tinha parentes para ajudar e me enrolava muito com os mapas. Mas já fiz amizades e os amigos me levam para todo canto. E fazer a própria comida também não é atividade fácil (risos), eu já sabia fazer o básico, mas não tinha prática. Na dúvida em preparar alguma coisa eu ligo para minha mãe e pergunto ou então as meninas que moram comigo ajudam (beijão para Belly). Então ainda estou me adaptando a isso. Eu amo Teresina, mas eu sempre quis conhecer outros lugares e novas pessoas. E tudo que eu desejo como profissão, Teresina não pode me oferecer, por enquanto. Desde cedo eu já visava outros ares. Sinto falta da minha família, amigos e do meu trabalho como modelo. Em Teresina eu tinha uma rotina, um círculo de amigos, podia ir a qualquer lugar e encontrar alguém conhecido, sair para jantar com os meus pais ou ir a festas com os meus amigos e a maioria deles eu já conhecia há bastante tempo. Então faz muita falta. Também sinto muita falta dos desfiles, das outras modelos e da minha agência. Mas não pretendo voltar. Até porque minha área de formação não tem muito campo em Teresina. João Pessoa também não, porque também quero fazer intercâmbios e também trabalhar no exterior. Então, não tenho planos para voltar para casa?.

Elisa Carvalho, 19 anos

Mora no Piauí, mas em 2012, com apenas 16 anos, passou seis meses na Nova Zelândia. Ela já voltou para casa, mas a experiência de morar fora foi tão marcante, que pretende se aventurar novamente, logo, logo.

?Eu fui para Nova Zelândia fazer high school, cursar parte do meu segundo ano do Ensino Médio. Escolhi esse país porque muitas pessoas diziam que era um país acolhedor e eu queria aprimorar meu inglês em um país com sotaque britânico.Como era menor de idade, morei em uma casa de família (host family). A maior dificuldade talvez tenha sido a de me adaptar a certos costumes mais "diferentes" e a não ter minha mãe por perto para fazer as coisas por mim na casa. Mas a adaptação veio em menos de uma semana, tive a sorte de morar com uma família incrível! Sempre pensei em sair do Piauí, principalmente, do Brasil. Sempre tive o interesse de ter um contato intenso com novas culturas. Assumo que senti falta de poucas coisas (me adaptei rápido, então a saudade foi maior quando voltei pro Brasil do que quando fui para NZ), mas a comida da minha mãe me fez chorar algumas noites e óbvio que sentia falta dos meus familiares, queria muito compartilhar o que estava vivendo com eles. Quanto a voltar a fazer a mesma coisa em relação a trabalho ou mesmo estudo, esse é o meu maior desejo. Não vejo a hora de arrumar minhas malas e entrar no avião para qualquer um desses objetivos. O intercâmbio só aumentou a coragem de me aventurar pelo mundo. Se pudesse escolher, com certeza visitaria a Tailândia ou Coreia do Sul, mas sinto que o destino mais provável no momento aparenta ser a França ou a Itália?.

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