CARTEL: Lobista citado pela Siemens é investigado desde o ano de 2009

Em 2009, o consultor Arthur Gomes Teixeira teve os sigilos bancário e fiscal quebrados pela Justiça em ação apresentada por promotor

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Um lobista investigado pelo por envolvimento num esquema de propinas é apontado em documentos em poder do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) como intermediador do cartel que atuou em licitações para manutenção de trens urbanos de São Paulo.

Em 2009, o consultor Arthur Gomes Teixeira teve os sigilos bancário e fiscal quebrados pela Justiça em ação apresentada pelo promotor Silvio Marques, do Ministério Público estadual.

Agora, é apontado como intermediador do encontro que definiu o acerto que resultou no superfaturamento dos contratos de manutenção dos trens, segundo relato da multinacional Siemens.

Teixeira foi procurado em sua empresa, mas foi informada que ele não estava.

No mês passado, a Siemens delatou às autoridades antitruste brasileiras a existência de um cartel --do qual fazia parte-- em licitações de trens e metrô de São Paulo.

Em troca, a empresa assinou um acordo de leniência, que pode livrá-la de punição ao fim da investigação.

Segundo relatório da Siemens entregue ao Cade, um de seus executivos foi abordado por Arthur Teixeira para participar de uma reunião, em 2001, com empresas interessadas na concorrência.

Estiveram no encontro representantes da Mitsui, Alstom, CAF, Bombardier e Temoinsa. Ontem, as empresas não se manifestaram.

Nessa reunião, um executivo da Siemens foi "informado que a empresa seria a vencedora" de uma licitação.

De acordo com o acerto, a Siemens "não precisava apresentar preços competitivos", mas uma proposta "próxima ao estabelecido pela CPTM" porque as demais empresas ofereceriam preço mais alto, para perder propositalmente.

Em contrapartida, as concorrentes ganhariam uma licitação futura --o que, de fato, ocorreu. Segundo a Siemens, a manobra permitiu superfaturamento de 30%.

Em 2009, a promotoria apontou a suspeita de que uma empresa em nome de Teixeira foi usada em um esquema da Alstom para pagar propinas a agentes públicos.

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