Lixo eletrônico é uma questão de responsabilidade global

Brasil produziu 2 milhões de toneladas de lixo eletrônico e reciclou apenas 3% como aponta relatório da Universidade das Nações Unidas

MP3 utiliza material eletrônico e transforma em reciclados | Raissa Moraes
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O lixo eletrônico é um problema global e isso não está atrelado apenas ao fato de você ter trocado de televisão este ano. O lixo eletrônico consiste em aparelhos com dispositivos eletroeletrônicos, o que inclui celulares, tablets, computadores e até lavadoras de roupas. O descarte incorreto faz mal ao meio ambiente e para a saúde humana.

Isso porque os componentes eletrônicos podem trazer risco de contaminação por metais pesados, além de criar um volume de resíduos considerável no planeta ano após ano. Para se ter ideia, somente em 2019, foi produzido cerca de 2 milhões de toneladas deste tipo de lixo no Brasil. Apenas 3% foi reciclado, como aponta relatório da Universidade das Nações Unidas.

Lixo eletrônico tem um novo ddestino no MP3 - Raíssa Morais

Reaproveitamento

Nestes 3% está incluso o trabalho realizado no Piauí através do Movimento Pela Paz na Periferia (MP3). A entidade acolhe jovens em situação de vulnerabilidade social, utilizando equipamentos eletrônicos que iam para o lixo como fonte de conhecimento em tecnologia da informação (TI).

Milhares de jovens já foram beneficiados. "É um trabalho de resgate a partir do lixo eletrônico. É uma forma de reciclar os componentes e capacitar jovens para o mercado de trabalho", define Júnior MP3, coordenador do espaço.

O MP3 tem responsabilidade técnica para receber o lixo eletrônico, sendo também um serviço de utilidade pública para os teresinenses. Isso por de acordo com o Artigo 33 da Lei N° 12.305/2010 da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), o lixo eletrônico deve ser descartado de forma correta. Pela lei, o consumidor pode ser multado por jogar um celular no lixo, por exemplo.

Projeto utiliza materiais que iriam para o lixo - Raíssa Morais

Logística reversa do lixo eletrônico

Ademir Brescansin, engenheiro industrial mecânico e mestre em Gestão Ambiental e Sustentabilidade, explica que são várias as razões pelas quais é preciso reciclar aparelhos eletroeletrônicos, pilhas e baterias danificadas ou sem utilidade. "O principal é a questão ambiental. A reciclagem dos materiais que compõem um eletroeletrônico evita ou reduz em muito a extração de matérias-primas da natureza para a fabricação de um produto novo", explica.

Brescansin ressalta que esta também é uma questão energética. "75% da energia gasta na indústria é aplicada apenas na extração e refino da matéria-prima, segundo dados da Ellen MacArthur Foundation. Ao mesmo tempo, os recursos energéticos da Terra chegam perto do esgotamento a cada ano", revela.

O lixo eletrônico, quando inserido na logística reversa e reciclado, pode ser transformado em matéria-prima para a indústria. "Isso permite economizar energia e diminuir a emissão de CO2", acrescenta.(L.A)

No MP3 material é separado segundo necessidade de uso - Raíssa Morais

Meio Norte retoma campanha com o Rotary Club

José Osmando de Araújo, diretor de jornalismo do Grupo Meio Norte de Comunicação, anuncia que a campanha "Eletrolixo", em parceria com o Rotary Club de Teresina Fátima, retorna à veiculação nas plataformas do grupo. A ideia é assumir um compromisso global de reciclagem e destinação correta do lixo eletrônico.

O GMNC maximiza a campanha apoiada pela fundação rotária. "O Rotary realiza essa campanha de 2014. Em 2015 elas, pois é um clube feminino, nos procuraram e agimos juntos em uma campanha. Foi um grande sucesso e arrecadamos 34 toneladas de lixo eletrônica. Uma contribuição forte à saúde das pessoas, sobretudo crianças, e ao meio ambiente", revela José Osmando de Araújo.

Todo o material é destinado ao MP3. "Júnior faz um trabalho maravilhoso de proteção e não-violência. Ele tem conseguido resultados de alto nível para formar profissionais da área de informática", define o diretor.(L.A)

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