Líder checheno pretende “eliminar” comunidade sexual até maio

Recentemente relatos de massacres com homens sexuais vieram à tona

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Ramzan Kadyrov, o líder checheno pró-Rússia, tem planos de “eliminar” a comunidade homossexual do país até o início do Ramadã.

Nas últimas semanas, vieram à tona relatos de um massacre no qual homens que supostamente seriam homossexuais foram reunidos, detidos e torturados.

Um jornal de oposição afirmou que pelo menos 100 homens foram presos e três deles foram mortos, com informações corroboradas pela instituição Human Rights Watch.

Alan Duncan, ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, disse que foi informado sobre os planos do país de eliminar a população homossexual até o dia 26 de maio.

“Grupos de direitos humanos afirmam que estas campanhas e assassinatos contra os homossexuais são orquestradas pelo Presidente da República chechena, Ramzan Kadyrov,” disse Duncan ao Parlamento.

“Ele já fez campanhas violentas no passado, e desta vez está direcionado seus esforços para a comunidade LGBT. Fontes afirmam que ele quer eliminar a comunidade antes do início do Ramadã”.

Um homem, conhecido apenas como “Maksim”, disse ao New York Times que foi torturado.

Ele disse que falou com “um bom amigo de longa data, que também é gay,” e este sugeriu que eles se encontrassem em um apartamento.

Quando Maksim chegou, ele foi recebido por agentes que o espancaram. Mais tarde, ele alega ter sido amarrado a uma cadeira e interrogado com fios elétricos atados às suas mãos.

“Eles gritavam: ‘O que mais você sabe?’” disse Maksim ao jornal. “Foi insuportavelmente doloroso; eu estava me apoiando em minhas últimas forças, mas não lhes disse nada”.

Alan Duncan disse que o governo britânico esteve conversando com a Rússia, que apoia Kadyrov, “para tornar claro o nosso posicionamento”.

A embaixadora de Donald Trump na ONU afirmou estar “perturbada” pelos relatórios.

“Se for verdadeira, esta violação dos direitos humanos não pode ser ignorada – as autoridades chechenas precisam investigar estas alegações imediatamente, fazer com que os envolvidos assumam a responsabilidade, e dar passos para prevenir abusos futuros,” ela disse.

A Chechênia negou a veracidade das informações, e um porta-voz do país descreveu a situação como uma “piada de 1º de abril” no início do mês.

Eles também negaram que existam pessoas homossexuais no país predominantemente muçulmano.

“Se estas pessoas existissem na Chechênia, as agências da lei não precisariam lidar com elas, porque seus parentes as enviariam a um lugar de onde elas não poderiam retornar,” disse ele.

O porta-voz de Vladimir Putin, Dmitry Peskov, disse que não foram encontradas evidências que apoiem os relatos.

No início deste mês, um painel de consultores especialistas do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas afirmou: “Estes são atos de perseguição e violência, de uma escala sem precedentes na região, e constituem violações sérias das obrigações da Federação Russa, submetida à lei internacional de direitos humanos”.

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