Em teste de habilidades de leitura com crianças, envolvendo o estudo de 43 países, Brasil ocupou 39º lugar no ranking, ficando atrás de nações subdesenvolvidas como Azerbaijão e Uzbequistão. O exame internacional mede a capacidade de leitura de crianças que estão no 4º ano do ensino fundamental, com média de idade entre 9 e 10 anos.
O exame em questão, chamado de Pirls, abreviação do título em inglês Progress International Reading Literacy Study, é realizado pelo IEA (International Association for the Evaluation of Educational Achievement), desde 2001, uma cooperativa internacional de instituições nacionais de pesquisa, acadêmicos e analistas que trabalham para avaliar, entender e melhorar a educação em todo o mundo.
O Brasil estreou no Pirls no ano de 2021 e os dados foram divulgados apenas hoje, terça-feira (16), em maio de 2023. O teste avalia a capacidade das crianças na compreensão de textos, em estabelecerem conexões entre as informações que foram lidas e conseguirem desenvolver um senso crítico a respeito de um conteúdo.
O teste é aplicado em forma de avaliação escrita, para alunos da rede pública e privada de todos os países selecionados, composto por questões dissertativas e mais elaboradas do que as usadas em exames nacionais, por exemplo, o Saeb (Sistema Nacional de Avaliação de Educação Básica).
O atraso em relação ao resultado se deu por conta da pandemia e das restrições de segurança nas escolas, como a pausa temporária das atividades, os 400 mil estudantes dos 43 países avaliados, realizaram a prova entre outubro de 2020 a julho de 2022. No Brasil, os alunos realizaram a prova no final de 2021.
Em depoimento o portal G1, especialistas afirmam que os dados divulgados são preocupantes, pois, segundo os mesmos, 38% dos participantes brasileiros não conseguiram dominar as habilidades mais básicas de leitura, e somente 13% dos alunos foram classificados, segundo a avaliação.
“É um cenário difícil. E pode ser que a situação seja mais grave, porque a avaliação considera os alunos que estavam na escola. Sabemos que na pandemia, quase 2 milhões de crianças ficaram sem aula”, afirma Anna Helena Altenfelder, presidenta do conselho de administração do Cenpec, organização que busca eficiência na educação.