Eletricidade e água são dois elementos que não terminam bem juntos. Mas os lavadores de carros da Avenida Maranhão parecem não se dar conta disso. O grupo que já possui mais de 270 cadastrados junto à Prefeitura Municipal de Teresina (PMT) quer garantir o direito de continuar trabalhando, mas não fazem uso de equipamentos de segurança.
“Os lavadores de carros estão expostos a diversos riscos de acidentes. Desde a utilização de máquinas carentes de dispositivos de segurança para o devido manuseio à falta de isolamento e aterramento da fiação, o que pode causar choque elétrico. Também existem riscos biológicos e químicos, que podem envolver água contaminada e inalação de substâncias químicas que eles mesmos utilizam para a limpeza de automóveis”, afirma Renayra Sá, técnica em Segurança do Trabalho.
Falta a utilização de equipamentos de segurança. “Os equipamentos de proteção que devem ser utilizados são: máscara, protetor auricular, bota, avental e luvas. Também devem ser tomadas medidas de segurança no ambiente, onde deverão ser feitos manutenção periódica das máquinas e isolamento de fios elétricos, além da sinalização da área para evitar atropelamentos”, complementa Renayra.
Para a técnica, os lavadores contam apenas com a sorte. “A maioria dos trabalhadores ignora as medidas de segurança por achar que pela experiência com aquele tipo de função nada irá acontecer. Mas é importante destacar que este conjunto de medidas preventivas que preservam a saúde e a integridade física do trabalhador, surge justamente pelo alto índice de acidentes de trabalho”, enfatiza.
Para Deysiane Larissa, de 21 anos, a PMT que deve tomar atitude. “Uso aspirador e a bomba para puxar água. Eu não tenho medo de levar choque porque já me acostumei. Era bom um equipamento de segurança, mas eles querem é tirar a gente daqui. Eles acham que polui muito, mas a prefeitura devia limpar e não vêm. Eles começam as coisas e nunca terminam”, afirma.
Por outro lado, a PMT nega que vá retirá-los do espaço. A Secretaria Municipal de Economia Solidária (Semest) garante que não há nenhuma ação judicial para remover os lavadores de carros, mas sim medidas que contribuem para a redução da poluição na região. Essas medidas são a utilização de produtos biodegradáveis e o correto descarte de resíduos sólidos dos veículos.