Lava Jato: Augusto Aras pede apuração de procuradores

Solicitação havia sido feita pelo presidente do STJ Humberto Martins, com base em mensagens trocadas entre a força-tarefa, roubadas por hackers

O procurador-geral Augusto Aras enviou representação contra procuradores da Lava-Jato para o CNMP | Foto: Daniel Marenco/10-09-2019
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O procurador-geral da República Augusto Aras enviou à Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) um pedido de investigação contra procuradores da força-tarefa da Lava-Jato de Curitiba. A solicitação havia sido feita pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins na semana passada.

Martins relatou em seu ofício, com base em mensagens trocadas pelos procuradores da Lava-Jato roubadas por hackers - apreendidas na operação Spoofing  e entregues à defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, que o procurador Deltan Dallagnol teria sugerido pedir à Receita Federal uma análise patrimonial dos ministros do STJ, o que poderia configurar uma investigação irregular sobre os ministros na primeira instância, já que eles possuem foro privilegiado.

O procurador-geral Augusto Aras enviou representação contra procuradores da Lava-Jato para o CNMP Foto: Daniel Marenco/10-09-2019

Aras recebeu a manifestação e despachou o assunto para o corregedor nacional do CNMP, Rinaldo Reis, a quem caberá analisar se há elementos de infração funcional suficientes para abrir uma sindicância contra os procuradores. Procurado, o CNMP informou que a Corregedoria ainda analisa o assunto e não proferiu nenhum despacho.

Os ex-integrantes da força-tarefa já enviaram um ofício com esclarecimentos ao CNMP. No documento, afirmam que "jamais praticaram qualquer ato de investigação sobre condutas de autoridades detentoras de foro por prerrogativa de função, sejam ministros do STJ, seja qualquer autoridade". Argumentaram ainda que o material das supostas conversas "tem origem criminosa, sendo fruto da atuação de hackers que invadiram contas pessoais mantidas no aplicativo Telegram por diversas autoridades. Trata-se de material ilícito".

Aras ainda analisa se dará prosseguimento a alguma investigação do ponto de vista criminal sobre os procuradores.

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