A proliferação de lava a jato é um negócio cada vez mais rentável em Teresina. Empresas com apenas dois funcionários chegam a fazer mais de 50 lavagens diárias durante a semana e no final de semana o movimento mais que dobra.
O mesmo acontece nas avenidas localizadas às margens do rio, onde o fluxo de fregueses é intenso. A água é desperdiçada à vontade e a preocupação com o meio ambiente é deixada de lado, quando o líquido utilizado não possui o destino correto.A água, usada sem economia, é desaguada com produtos de limpeza no esgoto comum e não recebe o tratamento adequado.
A situação piora com os lavadores autônomos que operam nas avenidas, já que a água suja é desaguada diretamente no leito dos rios. Graças ao prejuízo que causam ao meio ambiente, os lavadores estão na mira dos ambientalistas.
?O problema principal é a quantidade exorbitante de produtos químicos que são despejados no meio ambiente sem o destino adequado. Eles poluem o meio, impedem o crescimento da vegetação e ainda maltratam os animais que entram em contato com esse material.
Nas ruas, seria necessária a instalação de silos para o depósito desses materiais e os gestores já se comprometeram a aplicar a medida. Vamos ver quando vira realidade?, explica a ambientalista Maria do Amparo.
O proprietário de um posto de lavagem, Daniel Vieira da Cruz, comemora o fluxo de clientes de seu estabelecimento, mas acha improvável fazer o tratamento e escoamento responsável da água utilizada nas lavagens. ?Tenho muitas despesas com a conta de água e não posso arcar com mais um tratamento de que nunca ouvi falar?, desconversa Daniel.
Enquanto o proprietário acha normal despejar água suja sem o devido tratamento, outro problema gerado pelo número crescente de lava a jato é a instalação ilegal da água, que gera problemas sérios para a companhia de distribuição do líquido. Apesar de não possuir nenhum dado concreto a respeito, deixa de arrecadar com a atitude irresponsável destes proprietários.
O uso inadequado da água envolve muitos aspectos. Maria ressalta que muitos dos lavadores de rua são sujeitos a embarcar na profissão por não terem outra opção.
Para ela, é também um problema de cunho social. ?Nem sempre eles encontram algo que conseguem fazer, por isso acho necessário fazer algo para melhorar o seu trabalho?, defende a ambientalista.