Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, juíza do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), assassinada pelo ex-marido a facadas na frente das filhas na noite do último sábado (24), foi atingida com dezesseis cortes e perfurações a faca, dez deles no rosto e na cabeça.
De acordo com o laudo de exame cadavérico do Instituto Médico-Legal do Rio (IML), obtido pelo O GLOBO com exclusividade, os ferimentos atingiram também a mão esquerda, com a qual tentou se defender. O engenheiro Paulo José Arronenzi, pai de suas três filhas, foi preso em flagrante. O documento oficial traz informações aos investigadores que deixam claro que o acusado queria dar fim à vida da ex-mulher, e não apenas ameaçá-la.
Além do número excessivo de ferimentos a faca, começando pelo rosto, Paulo José, de 52 anos, continuou golpeando Viviane pelas costas, depois que ela caiu ao chão. Foram dez cortes na cabeça e seis na parte de trás do corpo. O laudo é assinado por dois peritos, entre eles a legista Gabriela Graça.
Apesar dos ferimentos em várias partes do corpo, foi o corte na jugular que, segundo os peritos, a levou à morte imediata, sem possibilidade de socorro. O laudo revela ainda equimoses, ou seja, manchas arroxeadas pelo corpo. Mas são as escoriações nas costas e no ombro esquerdo que fazem os investigadores acreditarem que ela ainda foi arrastada pela calçada.
A perícia foi concluída nesta sexta-feira, dia 25. Além do número excessivo de golpes, o fato de o ex-marido ter três facas na mochila reforçam a tese da premeditação do crime. A faca utilizada para matar a vítima ainda não foi encontrada pela polícia.
Fux cobra medidas contra o feminicídio após morte de juíza
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luiz Fux, lamentou nesta sexta-feira (25) o assassinato da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, 45 anos, morta a facadas pelo ex-marido na véspera de Natal.
Em nota pública, divulgada em nome do STF e do CNJ, Fux chamou o crime de “covarde” e se disse comprometido “com o desenvolvimento de ações que identifiquem a melhor forma de prevenir e de erradicar a violência doméstica contra as mulheres no Brasil”.
“A tragédia da violência contra a mulher, as agressões na presença dos filhos, a impossibilidade de reação e o ataque covarde entraram na nossa casa, na véspera do Natal, com a notícia do feminicídio da juíza de Direito Viviane Vieira do Amaral Arronenzi”, afirmou Fux na nota.