O Lar da Esperança, localizado no Bairro Piçarreira, na zona Sudeste de Teresina, foi por mais uma vez alvo de criminosos e a associação, que atende pessoas diagnosticadas com o vírus HIV, está promovendo uma campanha nas redes sociais para o custeio dos prejuízos deixados pelo arrombamento.
O Meionorte.com apurou que o caso ocorreu no final do ano passado, quando criminosos entraram no período da madrugada no local após arrombar as grades e o portão da garagem. Diversas cestas básicas e alimentos doados foram levados. A campanha de arrecadação de fundos visa a reforma das grades de proteção arrancadas. No ano passado, a associação chegou a sofrer uma grave escassez de alimentos.
Para qualquer doação, o Lar da Esperança disponibilizou os seguintes dados:
“Aqui tem cerca elétrica, mas mesmo assim eles arrebentaram foi o portão. Com a cerca elétrica melhorou, mas dessa vez eles entraram, arrebentaram o portão da parte de cima, as grandes e arregaçaram as coisas e eu tive que comprar os ferros no meu cartão mesmo, mas faltou material e vamos precisar comprar mais”, explicou Graça Cordeiro, criadora da associação.
História
Símbolo de solidariedade e combate ao preconceito, em Teresina, o Lar da Esperança, criado pela teresinense Graça Cordeiro, atende pessoas com HIV/Aids de toda a capital. Essa história começa em 1989.
Em uma pequena sala de um escritório de contabilidade no Centro de Teresina, Graça buscava saber mais sobre o HIV/Aids. A doença, ainda pouco conhecida, era cercada por preconceito e falta de informação, além de dificuldades no tratamento.
Com o diagnóstico, pessoas eram expulsas de casa, perdiam o emprego e enfrentavam, além da penúria provocada pela doença, a cruel exclusão social. Em meados de 1989, enquanto Graça Cordeiro buscava conversar com médicos sobre a doença, um homem magro e pálido bateu à sua porta pedindo duas coisas: abrigo e comida.
Enquanto campanhas do Ministério da Saúde, já nos anos 90, reforçavam temores, rotulando portadores de HIV como pessoas fadadas à morte, Graça tentava elevar a autoestima das pessoas ao incentivar o tratamento e a esperança na vida.
Depois de treze anos ocupando o prédio de forma improvisada, o Lar da Esperança finalmente encontrou seu lugar. No ano de 2002, a Prefeitura de Teresina construiu a sede em um terreno doado pela Universidade Federal do Piauí (UFPI).
O espaço deu vida a uma grande casa arejada com dormitórios, cozinha, refeitório, uma grande área decorada com uma diversidade de plantas. "Eu pensei numa casa que não tivesse portas. Pensei no espaço com comida para qualquer um que tivesse com fome, um lugar para dormir, uma ajuda", relata.
Todos os dias, Graça acorda três horas da manhã para cuidar da sua grande família. Atualmente, aproximadamente 200 pessoas recebem ajuda do Lar da Esperança. Conversa, local para dormir, colo de mãe e fé nunca faltam. "Eu tenho muita ajuda, agradeço muito por isso. São muitos voluntários, mão tenho o número certo. Mas queria pedir para que as passoas venham conhecer a casa, entrar, ver as plantas, doar", convida Graça Cordeiro.